Postado por Caio Hostilio em 02/abr/2012 - 7 Comentários
Hoje (02), foi um daqueles dias que me enojei de mim mesmo… Mais uma vez… Como tantas outras vezes!!! Eu confesso que cada vez mais tenho nojo dos seres humanos… Só prejudicam os outros, criticam, julgam, roubam, enganam e quando se vêem numa enrascada se fazem de coitadinhos, de vítimas, de doentes ou até buscam Deus!!!
Enfim, é tanta hipocrisia e falsidade, falsa moralidade, jogo de interesse e mentiras, que prefiro me afastar cada vez mais das pessoas…
Vivemos em um mundo onde cada vez mais precisamos atuar para sobreviver. Passeamos pela rua aceitando e participando da peça teatral que cada pessoa compõe dia após dia. Representamos nessa peça a hipocrisia, em suas mais variadas formas. Comumente usada, a hipocrisia é uma palavra mais pomposa para designar a falsidade.
E convivemos com os falsos todos os dias. O cara que te deu bom dia, depois que você passou, fez uma cara de nojo. O cara quer fazer crer que você usou de má-fé e consegue persuadir os demais usando uma moeda de troca.
Não adianta fugir, não adianta fechar o coração: o mundo pede por hipocrisia. Também já precisamos ser falsos com alguém. Atire a primeira pedra quem nunca cumprimentou alguém que não suporta só por educação.
Somos todos fadados a sofrer e praticar a hipocrisia algum dia. Mas nem por isso somos obrigados a aturá-la. Vejo o caso da morte do menino Marcelo… Por que tenho que aceitar a hipocrisia do hospital Santa Lúcia? Porque não concordo com os posicionamentos políticos do Flávio Dino? Nunca poderia ser assim, pois estaria indo contra meus princípios espirituais, que tenho e defendo. Através dele estarei ao lado de Flávio Dino até o fim nessa luta, pois sei de sua dor e jamais aproveitaria de sua fraqueza para me aproveitar e atacá-lo. Muito pelo contrário. Quem ler este blog sabe da força que tenho dado ao pai Flávio Dino e não o cito em uma matéria política, pois o respeito e sei de sua angustia.
Se existe uma coisa que pode ser fortíssima aliada para descobrir os hipócritas (os que convivem com você) é o tempo conjugado com a observação. Com o passar dele, ao analisarmos as atitudes e falas de determinadas pessoas, vamos descobrindo até que ponto ela acha que nos engana. Sem contar que, como instinto, quem é falso comente falhas na hora de atuar.
Por isso, jamais vou deixar de ser um imoral para me tornar um falso moralista e prefiro sempre ser um canalha a ser um hipócrita… Mas não engano ninguém… Os meus atos eu assumo… Se fiz, antecipo-me em dizer o que fiz, pois não temo minhas posições escolhidas!!!
Postado por Caio Hostilio em 02/abr/2012 - Sem Comentários
Depois de ouvir o pronunciamento do deputado Marcelo Tavares, hoje (02), da Tribuna da Assembléia Legislativa, sobre as denúncias proferidas por este blog quanto aos Tickets de funcionários e as defesas dos deputados governistas ao ex-presidente da Casa, que faz oposição dura ao governo atual, chegando a chamá-lo diariamente de governo de pé de barro e corrupto e useiro e vezeiro de licitações viciadas no atacado, cheguei a conclusão que o deputado Marcelo Tavares está correto, visto que os governistas afirmaram que ser ele um homem reto, honesto e correto. Com isso, passo a acreditar nele e não mais nos deputados governistas, que disseram que iam pedir averiguação desse caso e de repedente mudaram de posição…
Ah!!! A única coisa que não concordei com o discurso do deputado Marcelo Tavares foi quando ele disse que a honra de sua esposa foi atacada… Não é do meu estilo misturar as coisas. Jamais utilizei em minhas matérias desse artíficio rasteiro e covarde. A minha matéria é pautada numa denúncia, cuja esposa do ex-presidente exercia uma função pública e foi nessa função que falei.
Discurso do Marcelo:
Senhores deputados, senhoras deputadas. Nos últimos dias, a partir de quinta-feira, dois blogueiros e um jornal de grande circulação de São Luís procuram, de todas as maneiras, desqualificar a minha conduta, aqui nesta Casa, como Líder da Oposição e isso me entristeceu muito pelo nível que a política do Maranhão chegou, porque na impossibilidade de me causar qualquer tipo de constrangimento pessoal, pela conduta que tive na presidência desta Casa para me atingir buscaram atingir a minha família…,
Aparte de Tatá Milhomem (líder da Maioria)
“Eu pautei, durante esses anos todos que estou nesta Casa, sempre por respeitar a honra dos outros, eu acredito que sempre que as pessoas têm que respeitar o lar, tem que respeitar a esposa, os filhos. Certa vez, ainda na antiga Assembleia, eu estava no primeiro ou segundo mandato, eu tive a oportunidade de dizer que eu aceitava tudo que viesse menos a ofensa aos meus familiares. Então eu quero com isso dizer a V. Ex.ª que eu sou solidário a você, a sua família, porque questiúnculas, amores políticos prejudicados não podem ser trazidos para o seio desta Casa. Receba minha solidariedade.”
Obs.: Mas quem atacou em algum momento a integridade familiar do ex-presidente Marcelo Tavares, deputado Tatá Milhomem?
Aparte do Deputado Eduardo Braide
“Eu gostaria deputado Marcelo, também de hipotecar minha solidariedade a V. Ex.ª com relação a esse fato, até porque é comum hoje em dia em se tratando de política, primeiro se faz o julgamento depois é que se apura o resultado para saber o que foi que aconteceu. Eu vi inicialmente as explicações que foram prestadas por V. Ex.ª e posso dizer até como advogado, acho que só ali por se só já iria finalizar a defesa de V. Ex.ª, mas V. Ex.ª fica a vontade para prestar qualquer esclarecimento ainda acerca desse assunto, mas quero reafirmar na verdade, inclusive porque tive períodos que convivi com V. Ex.ª e tenho absoluta certeza que V. Ex.ª saberá apresentar as razões em relação a tudo isso que foi levantado a seu nome, o mais grave que eu acho de tudo também é a colocação em relação a nossa família. Eu que constituí a minha família também, tenho a minha primeira filha agora e sei na verdade a importância e o valor que tem a família em cada um de nós, para cada um de nós, não é uma situação fácil passar pelo o que V. Ex.ª está passando por conta deste fato. Portanto, conte com a minha solidariedade e mais do que isso, com a certeza de que V. Ex.ª não tem nada a ver com esse episódio.
Obs.: Está parecendo uma senha de defesa!!! Pois em nenhum momento a matéria denigre a família do deputado Marcelo Tavares.
Aparte do Deputado Roberto Costa
“Deputado Marcelo, como já falou o deputado Milhomem, o deputado Eduardo, além de ficar solidário nesse momento ao nobre deputado, eu quero lhe dizer que nós já tivemos aqui embates muito fortes na questão políticas, isso aí faz parte do meu papel enquanto situação, enquanto governo e o senhor enquanto oposição. Em relação a essas notícias que saíram, eu acho que não, é claro que isso é uma decisão muito pessoal, mas eu não vejo nem motivos para qualquer tipo de defesa por sua parte, até porque a sua história e aí digamos eu conheço também muito de perto, ela lhe respalda para V. Ex.ª ter o credito necessário de não responder esse tipo de ataque. Eu digo isso também conhecendo a sua esposa a dona Silvana, também sei da retidão dela, do caráter da dona Silvana em relação a todas as situações que foram citadas o nome dela. Então eu quero mais uma vez dizer que sou solidário a sua posição, mas não sei nem a sua defesa, mas a sua história nos dá a tranquilidade de saber que V. Ex.ª se manteve dentro da retidão que um político necessita a ter.
Obs.: A Roseana como mulher pública é capaz de todo tipo de corrupção, como o deputado Marcelo Tavares diz todos os dias da Tribuna…
Aparte do deputado César Pires:
“Eu também no nível dos outros colegas que se externaram a sua solidariedade a você eu faço daqui e tive a oportunidade de fazer dessa tribuna por que eu acho que esse é um caminho mais difícil que tem para o ser humano, sobretudo, para mim que eu conheço você, nos sentamos em cadeiras opostas, somos hoje líderes, você da oposição e eu do Governo, mas Deus há de me permitir sempre que eu luto no campo das ideias nas discussões em que cada um pugna por aquilo que achar que está correto eu sou contra esse tipo de comportamento, externo aqui a minha solidariedade a você e se nós todos os deputados que estamos aqui não barrarmos com as nossas condutas e com os nossos comportamentos e com a nossa solidariedade a você nós podemos estar ampliando este tipo de situação que nada trás para todos nós. Eu quero dizer a V. Ex.ª que, mesmo com a oposição também você tem sido assim pelo menos comigo e outros pares seus, você tem sido uma pessoa extremamente gentil, correta, que procura discutir sempre o que é verdadeiro no seu entendimento e o que é falso no seu entendimento, mas jamais sem atingir o pessoal. Nosso bom dia, sempre será dado nosso, boa tarde, sempre será dado, e o nosso aperto de mão. Portanto, Marcelo, durma em paz com a sua consciência, que eu acho que isso é que é mais importante para V. Ex.ª e para todos nós.”
Obs.: Para finalizar. A palavra do líder do governo diz tudo… Tudo que o deputado Marcelo Tavares diz que se acreditar, pois sua retidão está acima do bem e do mal.
Diante de todos esses depoimentos, no me resta passar a dar crédito a todas as denúncias que o deputado Marcelo Tavares fizer contra o governo que aí está, pois esse aval foi dado pela própria bancada governista, que não deixou dúvidas que ele, Marcelo, deve ser respeitado e que não precisa se defender de qualquer denúncia que recaia sobre si.
Deputado Marcelo Tavares, só resta me colocar a disposição de V. Exª e lhe dizer que em momento algum houve difamação a sua família.
Postado por Caio Hostilio em 02/abr/2012 - Sem Comentários
Hoje (2), no período da noite, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deverá apresentar à executiva do Democratas explicações para as denúncias, divulgadas há duas semanas, de que teria ligação criminosa com o empresário Carlos Cachoeira, preso sob a acusação de explorar jogos ilegais em Goiás.
De acordo com a assessoria da liderança do Democratas no Senado, Demóstenes pediu para avisar ao líder e presidente da legenda, senador José Agripino (RN), que está pronto para se defender.
A defesa, ainda sem horário e lugar marcados, ocorrerá um dia antes do prazo estipulado pelo líder do partido na Câmara, deputado ACM Neto (BA), para que Demóstenes apresente suas explicações.
Nem todos os integrantes da executiva do Democratas estão em Brasília. Na reunião desta noite, está confirmada a presença de José Agripino, do deputado federal Ronaldo Caiado (GO), que é vice-presidente da legenda, e de ACM Neto. O senador Jayme Campos (MT), vice-presidente do Conselho de Ética do Senado, também não estará na reunião.
No domingo (1), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu a renúncia de Demóstenes a seu mandato.
Postado por Caio Hostilio em 02/abr/2012 - Sem Comentários
Ao ler a entrevista concedida do presidente da Embratur Flávio Dino e da Deane ao Correio Braziliense, verifica-se que o Hospital Santa Lúcia quer fazer crer fatos que nem sua diretoria, seu corpo médico e mesmo o mais leigo em medicina, possa acreditar.
Então vamos às incoerências:
Correio: Marcelo tomava medicamentos de forma contínua?
Flávio Dino: Ele tomava Combivent, a bombinha, quando precisava, e um remédio oral chamado Singulair. Queremos mostrar que não existiu asma fatal, ocorreu asma que matou por conta de erros do Santa Lúcia.
Obs.: Asma fatal? Como? Não se morre por conseqüência da Asma, mas por procedimentos errados com medicamentos, como já disse num post aqui nesse blog… O que pode ter causado é uma medida superior ao peso e as condições física do paciente. Por que só agora, o hospital afirma que os medicamentos foram administrados de forma correta, com tempo e dose adequados? Cadê a ficha “verdadeira” de evolução do paciente? Será que a entregue a Polícia é a que estava quando Marcelo chegou a ser medicado ao dar entrada no hospital? Por que um paciente com crise asmática teria que ir para UTI, mesmo sendo uma crise aguda? Em qualquer enfermaria tem oxigênio… UTIs são para pacientes em risco de morte e se o Marcelo estava nesse quadro não foi pela crise de asma, mas sim pelos medicamentos ministrados… Quem enganar quem???
Correio: Quais são os questionamentos com relação à conduta do hospital?
Flávio Dino: A médica Izaura Costa Rodrigues Emídio, que deveria ser a responsável pela UTI onde o Marcelo estava internado, já havia feito um plantão de 12 horas no Hospital Regional de Taguatinga. Ela disse, em depoimento, que foi contatada para cobrir a ausência de um colega no plantão do Santa Lúcia. Às 6h10, quando foi chamada para atender a emergência do Marcelo, estava trabalhando de forma ininterrupta havia mais de 23 horas. Ela não tinha condições orgânicas de prestar um serviço de qualidade.
Obs.: Essa é a maior incoerência do hospital Santa Lúcia nesse episódio. O diretor disse no Jornal da Globo – reproduzido nesse blog – que a médica Izaura teria deixado seu posto para ir fazer um parto e que teria deixado outro médico em seu lugar. De repente o Marcelo passa mal e a auxiliar de enfermagem vai chamar a Dra. Izaura e não o médio que teria ficado em seu lugar… Pior, largaram uma UTI nas mãos de um auxiliar de enfermagem…
Deane… Continue lutando ao lado de Flávio Dino, para mostrar a hipocrisia e a falta de respeito e o amor a vida humana… Continue usando sempre os dois anéis de coco na mão esquerda, que simbolizam seus filhos… O com desenho de um peixinho, saiba que o seu filho estará sempre ao lado em espírito…
“Vou lutar até minha morte para que tudo seja esclarecido. E não é só a perda do nosso filho que nos move. Estamos nos rebelando contra essa naturalização da morte nas mãos de pessoas que deveriam salvar. Nossa luta é para que isso não aconteça, pelo menos não como aconteceu com o Marcelo. Nenhum dinheiro vai nos calar”, Deane.
Postado por Caio Hostilio em 02/abr/2012 - Sem Comentários
Ed Ferreira/AE
“Renúncia do senador Demóstenes Torres foi cobrada no domingo pela OAB”
Em um esforço para evitar a cassação e a consequente perda dos direitos políticos , o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) convocou uma reunião com seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, para avaliar a possibilidade de renunciar ao mandato. A renúncia imediata foi cobrada neste domingo, 1, pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Alvo de grampos telefônicos em que demonstra intimidade com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a quem chegou a chamar de ‘professor’, Demóstenes complicou-se ao tentar explicar as relações com o chefe de esquema de jogos de azar investigado pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
A reunião entre o senador e o advogado ocorreu no domingo à noite. Nenhum dos dois se manifestou após o encontro. À tarde, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, pediu uma ‘medida extrema’. ‘O teor das conversas telefônicas mantidas com o empresário, divulgadas pela imprensa, evidenciam uma situação mortal para qualquer político’, afirmou, ao defender a renúncia.
Mas a eventual renúncia de Demóstenes não o livra, automaticamente, do risco de se tornar inelegível. Pela Lei da Ficha Limpa, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os políticos que renunciarem ao mandato após o oferecimento de representação por quebra de decoro ficam inelegíveis pelo período restante do mandato e pelos oito anos seguintes.
Controvérsia. Na semana passada, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protocolou no Conselho de Ética do Senado uma representação contra Demóstenes por quebra de decoro. No entanto, a peça ainda não foi formalmente recebida, porque o colegiado está sem presidente desde setembro do ano passado. Como o vice-presidente do conselho, Jayme Campos (DEM-MT), se declarou incompetente para receber a representação, ela foi encaminhada para a consultoria jurídica do Senado.
‘A não instauração do processo pela ausência do presidente abre uma brecha jurídica’, avalia Randolfe. Essa brecha permitiria ao senador escapar do enquadramento como ‘ficha suja’. Mas outra corrente de juristas entende o contrário, porque o texto da lei é expresso ao afirmar que o político fica inelegível se renunciar ‘desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo’.
Ultimato. Demóstenes vive momento de forte tensão. O DEM deu um ultimato a ele até terça-feira, 3, sob ameaça de expulsão do partido. Familiares do senador não escondem preocupação com o seu equilíbrio emocional. Ele passou os últimos dias em casa, recluso, sem conversar com ninguém.
Irmão do senador e procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres afirmou ao Estado que não tem conversado com ele. ‘Ele tem evitado conversar. Não comunicou nada aos familiares sobre uma possível renúncia’, afirmou. As investigações que deram origem à Operação Monte Carlo começaram no Ministério Público do Estado de Goiás.
O líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto, afirmou neste domingo que ainda aguarda a manifestação do senador. ‘Demos a ele até a manhã de terça. Queremos uma explicação sobre fatos tão graves antes de dar início ao processo de expulsão.’ Sobre uma possível renúncia, ACM Neto disse que é uma decisão pessoal. ‘Não cabe ao partido comentar uma atitude individual.’ Demóstenes, no entanto, já estaria conversando com seus suplentes sobre a possibilidade, segundo o Estado apurou.
Hoje licenciado do Ministério Público de Goiás, Demóstenes poderá reassumir o cargo em caso de renúncia ao mandato.
Se voltar para o MP, a investigação contra ele, que atualmente tramita no Supremo Tribunal Federal, poderá passar para o Tribunal de Justiça de Goiás, que é a Corte responsável pelo julgamento de procuradores. Demóstenes também estará sujeito a uma investigação pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Postado por Caio Hostilio em 01/abr/2012 - Sem Comentários
Após receber esse email abaixo, não poderia deixar de publicar esse artigo, pois já me expressei tanto sobre isso…
Na última sexta-feira (30/03), o senador paranaense Roberto Requião (PMDB) fez um discurso dos mais contundentes e comoventes que já tive a oportunidade de assistir. Nele [discurso] RR mostrou-se “desencantado”, e mesmo indignado, com os últimos atos e fatos da Política brasileira, que ocorrem no Congresso Nacional, em Brasília,
porque os partidos brasileiros, supostamente de “esquerda”, afastaram-se de suas histórias e ideias ao adotarem os programas produzidos pela “direita”.
http://portalaquibrasil-host.com/noticias/vernoticia/818
Roberto Requião “desencantado” com a Política
De João Batista do Lago(*)
Na última sexta-feira (30/03), o senador paranaense Roberto Requião (PMDB) fez um discurso dos mais contundentes e comoventes que já tive a oportunidade de assistir. Nele [discurso] RR mostrou-se “desencantado”, e mesmo indignado, com os últimos atos e fatos da Política brasileira, que ocorrem no Congresso Nacional, em Brasília, porque os partidos brasileiros, supostamente de “esquerda”, afastaram-se de suas histórias e ideias ao adotarem os programas produzidos pela “direita”.
Antes, contudo, de entrar no mérito da retórica de RR, penso ser de fundamental importância termos bem claros os conceitos dos vocábulos desencantado, esquerda e direita, utilizados em seu discurso, pelo senador paranaense. Estes termos, sobretudo os dois últimos, nos tempos atuais, assim como no espaço que se lho é específico – o Congresso Nacional -, sofrem de uma tipologia de descrédito, seja público; seja privado.
Desencantamento
Em verdade, o axioma desencantado (ou desencantamento, ou ainda desencanto) utilizado por RR, vem na trilha da expressão “Desencantamento do Mundo” cunhada por Max Weber. Este utilizara-se da expressão, para indicar o processo de intelectualização e racionalização do mundo, próprio da modernidade. Processo acompanhado pela renúncia aos aspectos mágico-religiosos e metafísico-sagrados da vida e que se equipara à redução do existente a “objeto” cientificamente compreensível e tecnicamente manipulável: “Já não é preciso recorrer à magia para dominar ou para agradar os espíritos, como faz o selvagem, para o qual existem semelhantes poderes.
Isso é suprido pela razão e pelos meios técnicos” (La scienza come professione, 1919, em Il lavorointellettuale come profissione, trad. it., Einaudi, Turim, 1966, p. 20). Tal racionalização, que se identifica com “a consciência ou a fé de que basta apenas querer para poder” (ibid.), é feita de uma mentalidade imbuída da eficiência capitalista, que, privilegiando a dimensão instrumental do agir, identifica na indústria, na administração burocrática e na ciência as suas vigas mestras. Mas desse modo o homem ocidental, o homem-sujeito, acaba por se fechar numa “gaiola de aço” de resultados duvidosos:
“Ninguém sabe ainda quem, no futuro, viverá nessa gaiola e, se ao final desse enorme desenvolvimento surgirão novos profetas ou renascerão os antigos pensamentos e ideais ou, caso não aconteça nenhuma coisa nem outra, se haverá alguma espécie de empedernimento na mecanização…” (L’etica protestante e lo spirito del capitalismo, 1905, trad. it. em “Sociologia delle religione”, Utet, Turim, 1976, p.332). De qualquer modo, todos aqueles que, incapazes de viver num mundo “sem Deus e sem profetas”, preferirem voltar para os braços das antigas igrejas, deverão preparar-se para um inevitável “sacrifício do intelecto” (La scienza come professione, cit., p. 40).
A noção de Desencantamento (ou “desencanto”) do mundo é uma das mais recorrentes da linguagem filosófica hodierna e costuma funcionar como código da modernidade e das suas tendências profundas (cf. S.Givone, Disincanto del mondo e pensiero tragico, 1988) – In Abbagnano, Nicola, 1901-1990.
Direita e Esquerda
Nos dias atuais, principalmente depois da queda do Muro de Berlim (1989/1990), os vocábulos esquerda e direita foram gradualmente sendo desconstruídos para, assim, fortalecer a ideia e o pensamento do Capitalismo. E um dos momentos cruciais que trataram dessa desconstrução fora, exatamente, o aparecimento do artigo O fim da história (1989) e, posteriormente O fim da história e o último homem (1992), ambos de autoria do norte-americano Francis Fukuyama. Em verdade o autor resgatara, de certa maneira, essa teoria, lá do século XIX, de Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Mas, este, sugerira o fim dos processos históricos caracterizados como processos de mudanças, que aconteceria no momento em que a humanidade atingisse o equilíbrio, representado, de acordo com ele, pela ascensão do liberalismo e da igualdade jurídica. Por sua vez, Fukuyama desenvolvera uma abordagem na qual salientara a ideia de que o capitalismo e a democracia burguesa constituiriam o coroamento da história da humanidade. Assim, e para os seus olhos, após a destruição do facismo e do socialismo, a humanidade, à época, teria atingido o ponto culminante de sua evolução com o triunfo da democracia liberal ocidental sobre todos os demais sistemas e ideologias concorrentes. Desse modo, o autor concluira que a democracia liberal ocidental firmara-se – com a queda do Muro de Berlim – como a solução final do governo humano, significando, pois, o fim da história.
O discurso de Roberto Requião
O senador RR é, aos meus olhos, um político dos mais aguerridos e, possivelmente, hoje, aquele a quem poder-se-ia denominar de esquerdista puro sangue da Política do Brasil. Quem o conhece – como eu o conheço aqui do Paraná, mesmo sem nunca ter trocado, sequer, um “bom dia” com o mesmo – sabe do conjunto postural que ele assumira desde os tempos mais remotos em que passara a se ter como sujeito-político. Por essas bandas de cá, RR é tido e havido a partir de vários olhares: se por um lado é amado; por outro é odiado ferrenhamente. É um homem que não foge ao embate político porque tudo nele é Política. Sua biografia político-partidária comprova o que aqui digo. Poderia mesmo, aqui e agora, desfilar seu histórico de “brigas” protagonizadas por ele, mas este não é o meu propósito, posto que, o que interessa mesmo, é analisar, ainda que minimamente, a sua retórica.
O desencanto, portanto de RR, neste seu discurso da última sexta-feira, revela muito mais que a simples indignação de um político de esquerda brasileiro. Em verdade, desvela o atual nível da política-partidária nacional, ou seja, tira o véu da hipocrisia, da ignomínia, da sordidez, da incompetência e da ineficiência de uma camarilha de políticos que se instalara no planalto central – como de resto em toda a nação – para usurpar o direito político do povo brasileiro.
O discurso de RR, no entanto, transcende à especificidade da retórica por ele fixada. Aos meus olhos, remete-nos ao significado e significante da política-em-si: à tudo o que se refere à cidade (Estado-nação) e, consequentemente o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social.
Ao esgrimir a sua fala, Requião deixa transparecer sua indignação objetiva e subjetiva ao tratar da postura que assumem os partidos políticos, e os políticos, do Brasil. É neste ponto que concordo plenamente com o político paranaense. Aos meus olhos, no Brasil, não temos “partidos políticos”. Quando muito temos associações de caráter nefasto; ou no mínimo, “facções políticas” que representam nada mais, nada menos que os interesses dos políticos fisiológicos que se formaram a partir do fim da Ditadura Militar de 64, e que, a partir de 1989, adotaram o fim da história, como regra, orientados pela ideologia do Conseno de Washington, para tripudiar sobre o direito consuetudinário-político da Nação e do seu povo.
Paradoxalmente, partidos políticos e políticos brasileiros, que insistem em fundamentar que a história acabou, ou seja, que esquerda ou direita, bem assim a ideologia são coisas do passado, afirmam e reafirmam suas posturas ideológicas de (e da) direita. E pior: de uma direita que se arroga o direito de alcançar qualquer vantagem ou seus efeitos desejados, porque entende, em essência, que é nela, e só nela [direita], que reside todo o poder político ou todo o poder sobre todos os homens.
O desencantamento de Roberto Requião é, também, o meu desencantamento!
Mas não só nosso: há um desencantamento latente na diaspórica política nacional, na nação e no seu povo. Estamos inevitavelmente todos – todos mesmo! -, inclusive os do lado de lá, ocultos ou encobertos por essa direita ou por essa nova esquerda praxistas e pragmatistas; orientadas pela ideologia do “deus mercado” ou pela ideolgia do “deus financeiro”, ferramentas geradas no ventre do Consenso de Washington.
É tão forte a onda de execração de posturas ideológicas que chegamos mesmo a ter medo ou vergonha de dizermos que ideologicamente seríamos de esquerda ou de direita.
Muito mais teria a dizer, mas penso que assistir ao discurso do senador Roberto Requião é mais que palavras minhas, posto que, ele fala tão claramente que quaisquer análises poderiam abstrair o núcleo da sua retórica.
Mas antes de finalizar este artigo gostaria de inferir mais uma indignação: RR requião fez um discurso para menos de cinco parlamentares que se encontravam, no momento, no plenário do Senado.
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(*) João Batista do Lago é editor chefe do Portal Aqui Brasil http://www.portalaquibrasil-host.com
Rebelde com causa