Andrei Rodrigues compareceu à Comissão de Segurança Pública junto a Lewandowski; deputado do Novo é investigado por críticas a delegado.
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) voltou a criticar o delegado da PF (Polícia Federal) Fábio Schor e questionou se o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, não deveria prendê-lo em flagrante por crime contra a honra.
A declaração foi feita no momento em que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, falava na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. Lewandowski foi acompanhado de integrantes do órgão –dentre eles, o diretor da PF.
Van Hattem foi indiciado pela PF por críticas a Fábio Schor, que conduz investigações mirando aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado gaúcho acusou Schor de fraudar relatórios para manter preso o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins.
Na sessão desta 3ª feira, Van Hattem voltou a expôr uma foto do delegado e o chamou de “bandido” e “covarde”.
“Eu disse depois que chamei na tribuna um policial que não honra a corporação de bandido. Repeti duas vezes, depois, que eu estava sendo investigado por chamar um bandido de bandido, um covarde de covarde e que eu não aceitava isso […] Se é entendimento de que eu estou fazendo um crime contra a honra, porque então o seu diretor da PF não me prende agora em flagrante de delito? Se é um crime o que estou cometendo, que me prenda”, disse.
Depois, o deputado gaúcho chamou Andrei de “prevaricador” por não decretar sua prisão pelo suposto crime. A fala foi repudiada por Lewandowski. Pouco antes, o ministro disse que a imunidade parlamentar não se aplicava a crimes contra a honra.
O presidente da comissão, deputado Alberto Fraga (PL-DF), deu razão a van Hattem e disse que a reação seria a mesma de “todos” os deputados presentes. “Ser indiciado por um delegado é jogar o artigo 53 na lata do lixo”, disse.
ENTENDA
A PF investiga os deputados federais Marcel van Hattem e Cabo Gilberto Silva (PL-PB) por críticas ao delegado da PF Fábio Schor. O deputado do Novo foi chamado para prestar esclarecimentos no começo de novembro, mas se recusou a atender por considerar se tratarem de “ordens ilegais”. Depois, foi indiciado por declarações contra o delegado da corporação.
Já Gilberto Silva, chamou Schor de “covarde” e “putinha” do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, repetindo declarações que haviam sido feitas anteriormente pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Em 14 de agosto de 2024, Van Hattem exibiu uma foto de Fábio Shor na tribuna da Câmara e afirmou que Schor havia criado “relatórios absolutamente fraudulentos” para manter Filipe Martins preso. Para a PF, o congressista fez “acusações gravíssimas” ao acusar Shor de produzir “relatórios absolutamente fraudulentos”. Leia a íntegra do inquérito da Polícia Federal (PDF – 13 MB).
Publicado em: Política