O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) disse nesta terça-feira (15) que foi intimado pela PF (Polícia Federal) para depor, pois teria ofendido a honra do policial federal Fábio Alvarez Shor, ao chamá-lo de “covarde” e de “bandido” na tribuna da Câmara.
O parlamentar se disse perseguido pela PF e pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino, que, segundo ele, é o relator do inquérito sobre o caso na Suprema Corte. Van Hattem explicou que recebeu um e-mail, em 4 de outubro da PF, “sem maiores detalhes”.
Van Hattem disse ainda que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), colocou a procuradoria da Câmara à sua disposição. O parlamentar gaúcho deve se reunir com os procuradores da Casa Baixa na quarta-feira (16).
“Em que se baseia essa tese de Flávio Dino? É na ditadura chinesa? Na ditadura cubana? Na (ditadura) da Coreia do Norte? Porque não é nos preceitos do Estado de direito e do devido processo legal”, questionou Van Hattem.
Shor é responsável por investigações da PF em casos que estão sob relatoria do ministro do STF Alexandre de Moraes. “Fábio cria, sim, relatórios fraudulentos para, por exemplo, manter preso Filipe Martins (ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro) ilegalmente e sem fundamentação”, ratificou o deputado.
Conforme Van Hattem, após seu discurso contra Shor, que aconteceu em 14 de agosto, os delegados da PF João Antônio Ribeiro dos Santos e Marco Bontempo “foram acionados” para investigá-lo.
“Quando um deputado não pode mais vir à tribuna para fazer uma denúncia, livremente, não há mais democracia! É um ato institucional ditatorial do ministro Flávio Dino”, continuou o deputado. Procurada, a equipe do ministro Dino não comentou as declarações do deputado.
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