O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Assibge) organizou uma manifestação para a próxima quinta-feira (26) em frente à sede do IBGE, no Centro do Rio de Janeiro. Com o lema “Alô IBGE, cadê o diálogo?”, a mobilização surge em resposta ao que os servidores classificam como “medidas autoritárias” adotadas pelo presidente do instituto, Márcio Pochmann.A convocação foi aprovada em assembleia e critica a postura centralizadora e arbitrária de Pochmann, que, segundo o documento, tem prejudicado o funcionamento do IBGE. Os servidores exigem a abertura de um diálogo efetivo sobre as mudanças em andamento e questionam sua legitimidade. Além disso, pedem o fim do mandato de Pochmann, alegando que não o reconhecem mais como presidente.
Entre as principais críticas estão a criação da Fundação IBGE+, a reformulação do estatuto do instituto, as frequentes viagens de Pochmann em um cenário de escassez de recursos e as recentes mudanças no regime de trabalho dos funcionários. A fundação foi instituída de forma sigilosa, gerando desconfiança sobre sua finalidade e impacto na autonomia do IBGE.
Os servidores ressaltam que a reformulação do estatuto está sendo feita sem a devida transparência e debate, o que pode comprometer a governança do instituto. “O Assibge vem cobrando mais participação, pois qualquer mudança no estatuto pode afetar a qualidade dos dados produzidos”, afirma o documento.
Além disso, a carta critica as “viagens excessivas” do presidente, ressaltando que o IBGE enfrenta dificuldades financeiras e não possui recursos para despesas básicas, como o pagamento de aluguéis. Essa priorização de viagens em detrimento das atividades essenciais reflete uma desconexão da gestão com as necessidades do instituto.
Os servidores também se opõem a possíveis transferências de funcionários para áreas de difícil acesso, afirmando que essas decisões desconsideram o bem-estar dos trabalhadores e podem gerar custos adicionais.
Em um movimento paralelo, coordenadores e gerentes da Diretoria de Geociências divulgaram uma carta destacando a falta de um processo decisório institucionalizado que prejudica a eficácia das ações e a harmonia no ambiente de trabalho. Eles pedem uma consulta mais ampla e participativa nas decisões que impactam o instituto.
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