Ao longo do dia, usuários afirmaram ter conseguido acessar normalmente a plataforma pelos celulares. A Anatel disse que não houve alteração na decisão e mantinha a fiscalização. Já o Supremo, cujos funcionários disseram que era possível acessar a plataforma pelo servidor da Corte, alegou que a liberação era resultado de uma “instabilidade”.
A solução encontrada pela plataforma foi utilizar uma tecnologia chamada proxy reverso, que redireciona o tráfego dos usuários para os servidores da Cloudflare, empresa responsável por proteger e otimizar o desempenho de diversos sites ao redor do mundo.
Com essa mudança, o X conseguiu contornar os bloqueios, pois a Cloudflare é amplamente usada por muitos serviços essenciais no Brasil, como sites de empresas e do governo. Isso significa que, se as operadoras tentassem bloquear os IPs usados pela Cloudflare, elas afetariam muitos outros serviços além do X, tornando a medida inviável. O bloqueio específico da plataforma, que antes parecia eficaz, agora se tornou um desafio muito maior para as operadoras, uma vez que qualquer ação poderia ter consequências mais amplas.
Cloudflare
A Cloudflare funciona como uma espécie de “escudo”, protegendo o tráfego da rede social e impedindo que ele seja facilmente identificado e bloqueado. Além disso, o sistema utilizado pela X facilita a adaptação a mudanças, tornando o bloqueio por meio de endereços DNS — um dos métodos mais comuns — algo fácil de ser contornado. Segundo especialistas, essa tecnologia oferece uma camada adicional de proteção, fazendo com que o serviço permaneça acessível, mesmo com novas tentativas de restrição.
A decisão de migrar para a Cloudflare também reflete as adaptações que plataformas digitais estão tomando frente a desafios legais e técnicos em diferentes países. Recentemente, sites governamentais brasileiros, como o portal gov.br, também adotaram a mesma solução de segurança para se protegerem de ataques cibernéticos, o que demonstra o quão essencial essa infraestrutura se tornou no ambiente digital.
O uso dessa tecnologia é visto como uma jogada estratégica da X para garantir que sua plataforma continue acessível aos usuários brasileiros, mesmo diante de tentativas de bloqueio. Agora, a expectativa é que as operadoras enfrentem dificuldades maiores para impedir o acesso ao X sem causar um impacto muito maior em outros serviços vitais.
Com o retorno da plataforma, usuários no Brasil já conseguem acessar o X novamente, e a rede social mostra que está disposta a utilizar todas as ferramentas disponíveis para manter seu serviço funcionando, independentemente das tentativas de restrição impostas no país.
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