Segundo informações da VEJA, em abril, o ex-presidente Michel Temer e o deputado Elmar Nascimento (União-BA) se encontraram para discutir a disputa pela presidência da Câmara, prevista para fevereiro do próximo ano.
Elmar Nascimento, aliado do atual presidente Arthur Lira (PP-AL) e candidato a sucedê-lo, apresentou a Temer uma proposta que, na prática, seria um gesto em direção à oposição e aos aliados de Jair Bolsonaro. O PL, partido do ex-presidente, é a maior bancada na Câmara, com 95 deputados.
A proposta consiste em uma espécie de anistia parcial para Bolsonaro, que está sob investigação em múltiplos casos que poderiam resultar numa possível prisão. A ideia é a seguinte: se Bolsonaro for condenado a 10 anos por uma suposta tentativa de golpe, por exemplo, a pena seria suspensa pelo mesmo período, desde que ele não cometesse novamente o mesmo crime nesse intervalo.
Em outras palavras, a execução da pena seria suspensa, e Bolsonaro não seria preso em caso de condenação. No entanto, os efeitos da condenação, como a inelegibilidade, permaneceriam. Assim, ele continuaria impedido de concorrer nas próximas eleições. Para que essa medida tenha eficácia, ela precisaria ser aprovada por deputados e senadores.
Na conversa, o argumento usado foi que, no passado, crimes de tortura e homicídio da ditadura foram anistiados como um gesto de pacificação do país, e que é necessário um movimento de todas as partes nesse sentido.
Michel Temer foi consultado devido à sua relação com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Moraes comandou o Ministério da Justiça durante o governo Temer e foi indicado pelo ex-presidente à Corte. No entanto, a revista VEJA não obteve retorno ao tentar contato com o ex-presidente.
Bolsonaro recentemente tomou conhecimento da proposta de anistia parcial, mas indicou que não a apoiaria. Ele afirmou: ‘Só depois que enterrarem o meu corpo’, ressaltando que não há motivos para continuar impedido de disputar as eleições.
Com informações de VEJA
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