A urologista Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU, destaca que o câncer de pênis é muitas vezes negligenciado, pois, inicialmente, não causa dor e é pouco conhecido. Ela ressalta que a prevenção pode ser alcançada por hábitos simples, como higienização adequada, vacinação contra o HPV (disponível no SUS) e a não remoção do prepúcio quando não pode ser puxado completamente para trás.
O levantamento também aponta que, durante a última década, o Brasil teve 21.766 diagnósticos de câncer de pênis (2012 a 2022) e 4.592 mortes pela doença (2011 a 2021), com a faixa etária de 60 a 69 anos liderando em óbitos.
Luiz Otavio Torres, presidente da SBU, destaca a falta de informação sobre o câncer de pênis como uma das razões para a alta incidência no Brasil. Em resposta, a entidade lança em fevereiro, mês do Dia Mundial do Câncer (04/02), a quarta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis, visando informar e conscientizar a população.
A SBU destaca sintomas como feridas persistentes, secreção com odor forte, alterações na pele da glande e nódulos na virilha. Fatores de risco incluem baixas condições socioeconômicas, má higiene íntima, fimose, infecção pelo HPV e tabagismo.
Medidas preventivas recomendadas pela SBU incluem higiene diária adequada, lavagem após relações sexuais, vacinação contra o HPV, postectomia nos casos de fimose e uso de preservativo. A entidade reforça que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura, com tratamentos variando entre cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, dependendo do caso. Em casos avançados, a amputação pode ser necessária.
“A importância de falar sobre o câncer de pênis vai além da prevenção. É um tema crucial, visto que sua janela de tratamento curativo pode ser perdida, resultando em mutilação e mortalidade”, destaca Anzolch conforme relatou a Agência Brasil.
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