Música da atlética é cantada por estudantes da Universidade Santo Amaro (Unisa) em torneios esportivos e festas universitárias
O hino da atlética de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), cujo alunos são investigados por suposto ato obsceno durante jogo de vôlei feminino, fala explicitamente sobre sexo e defende “entrar mordendo” na vagina. A música é cantada pelos estudantes durante partidas em torneios universitários e eventos festivos.
Alunos ouvidos pelo Metrópoles afirmam que não houve masturbação coletiva e que estudantes exibiram o pênis porque foram provocados pela torcida adversária, que havia mostrado as nádegas. Segundo os alunos da Unisa, ficar pelado é uma tradição em alguns eventos da atlética da universidade e falar sobre sexo “não é um problema” para eles. Hinos com letras de teor sexual são uma espécie de tradição entre faculdades de medicina de São Paulo, dizem eles.
Xá! Vasca!
Xavasqui! Xavascá! Xavasqui e acolá!
Enfia o dedo nela que ela vai arreganhar!
O quê? Arre-ga-nhar!
Na rima do pudendo [vagina]
Eu entrei mordendo!
É a Med Santo Amaro que está te fodendo!
Medicina! Santo Amaro! Ôoo!”, diz a letra do hino da atlética da Unisa.
Ouça:
Em nota divulgada após a repercussão do caso, a Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora diz que “as filmagens circuladas pela mídia não representam seus princípios e valores”.
“Não compactuamos com qualquer ato de abuso ou discriminatório. Assim, atletas, torcedores, equipe técnica e todos os envolvidos em nossas competições e eventos são, por nós, incentivados sempre a terem comportamentos pautados em princípios éticos e sociais”, diz a nota.
Tradições
Uma aluna da Universidade Santo Amaro, que também pediu sigilo, confirmou ao Metrópoles que a prática de mostrar o pênis é algo comum entre os estudantes de medicina da instituição. Segundo ela, isso ocorre em todo torneio universitário.
“Existe essa tradição, todo mundo acha normal. Os bichos ficam pelados e correm em volta do ginásio. Às vezes acontece no próprio alojamento. Mas é algo com consentimento. Faz quem quer. Os colegas não filmam, nem nada. Existe um respeito”, diz a estudante.
“Na minha época, foi na praia. Então era mais várzea. Foi no meio das outras faculdades, sem encostar em ninguém, claro. Fazem um corredor, dão uns tapas na gente e é isso. Participa quem quer, ninguém é obrigado”, diz ele. “Por um lado é até bom, você perde a vergonha, fica mais de boa. Também tem todo o contexto. É uma faculdade de medicina. Então você está acostumado a ver pênis. Deixa de ser um negócio problemático. Perde esse viés sexual”, conclui.
Por Metrópoles
Publicado em: Política