PT vai tentar tirar o incômodo aliado do PSB do comando da segurança pública mesmo que ele não seja indicado ao STF, diz o ‘Estadão’
O PT vai tentar tirar Flávio Dino, seu aliado mais incômodo no governo Lula, do comando da segurança pública do país mesmo que ele não seja indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz o Estadão. Entre as opções aventadas pelo partido está cindir o Ministério da Justiça e Segurança Pública ou simplesmente trocar de ministro.
Os petistas consideram que Dino não conduz bem a segurança pública, o que prejudica a imagem do partido. O PT governa a Bahia, estado mais violento do país, há 16 anos, e gostaria de tentar passar uma imagem diferente — difícil é imaginar como fariam isso.
Para tentar aliviar a barra do partido, os petistas estariam considerando escalar o coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho; o advogado-geral da União, Jorge Messias, e até a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (RS); que não tem exatamente um histórico na área de segurança pública.
O nome da deputada aparece no contexto das pressões para Lula indicar uma mulher para o STF. Como isso parece improvável, a indicação de uma mulher para o Ministério da Justiça seria feita na tentativa de agradar à base progressista do governo.
A insatisfação do PT com Dino tem a sucessão de Lula como pano de fundo. A possibilidade de indicar o ministro da Justiça para o lugar de Rosa Weber no STF surgiu no contexto de tirá-lo de uma disputa futura pelo Palácio do Planalto.
Dino se defendeu ontem da fritura, exibindo números de sua gestão no Ministério da Justiça e fazendo uma menção direta a Lula. “O presidente Lula orientou a implementar o máximo de programas para apoiar a Segurança Pública e implantar o SUSP (Sistema Único de Segurança Pública)”, comentou em seu perfil no X, antigo Twitter.
O ministro da Justiça tem feito acenos públicos a Lula. No último deles, chegou a considerar que o Brasil se retirasse o Tribunal Penal Internacional esquecendo que até outro dia prezava pela instituição.
Nesse jogo político entre inimigos íntimos pela sucessão do Palácio do Planalto, a segurança pública do Brasil e o direito internacional parecem figurar como meros detalhes.
Por o antagonista
Publicado em: Política