A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou um requerimento para ouvir Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, que foi impedida de concorrer às eleições no país.
A Controladoria-Geral da Venezuela puniu Machado, impedindo-a de concorrer nas eleições pelos próximos 15 anos. Ela era uma das principais candidatas nas primárias para enfrentar o ditador Nicolás Maduro nas eleições do próximo ano.
A líder da oposição venezuelana deve ser ouvida perante o colegiado no mês de agosto, após o recesso parlamentar.
O requerimento aborda temas como democracia, liberdade, garantias individuais e os reflexos da instabilidade na Venezuela para a segurança pública. Com base em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), Moro argumenta que as agências de inteligência na Venezuela estão oprimindo forças políticas contrárias a Maduro, o que poderia caracterizar crime contra a humanidade.
O senador Sérgio Moro (União-PR) registrou, em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (4), a aprovação do requerimento de sua autoria para a realização de uma audiência pública na Comissão de Segurança Pública com a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado, pré-candidata à presidência do país vizinho, declarada inelegível pela Controladoria-Geral da Venezuela. O senador disse que o Parlamento brasileiro precisa “dar voz” aos opositores de Nicolás Maduro.
” Esse requerimento eu já havia apresentado há algum tempo na Comissão de Segurança [Pública], foi agora votado, mas ele já antecedia há uma semana essa inabilitação […] É a nossa responsabilidade, como brasileiros, para com um país irmão da América Latina. […] Em especial, em relação à América Latina, são países com os quais nós dividimos de certa maneira uma cultura e uma história muito semelhante, é um país com o qual nós fazemos uma fronteira”, disse Moro.
“Daí a importância de nós ouvirmos Maria Corina Machado nesta Casa. O Senado tem um comprometimento com as liberdades fundamentais, e ouvindo-a, nós não só poderemos nos informar melhor sobre a situação real de desrespeito à liberdade e aos direitos na Venezuela, mas também contribuiremos, de certa maneira, para agregar visibilidade a essa líder oposicionista, que precisa, sim, de proteção da comunidade internacional para realizar o seu trabalho e, quiçá, poder continuar concorrendo, ainda que de maneira desigual, nas eleições”, acrescentou o senador.
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