No caso dessa acusação sem provas, de 2019, deputado não sofreu sanção nem teve pedido de prisão por parte da PGR.
Em “desabafo” durante uma sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Brumadinho na Câmara, em 2019, o deputado federal André Janones (Avante-MG) chamou o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de “canalha” e o acusou de decidir em favor de um “amigo pessoal”.
Janones reclamava de uma decisão de 28 de maio de 2019, quando a Corte liberou o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, de prestar depoimento na CPI.
Segundo o deputado, “o ex-presidente da Vale foi indicado por Aécio Neves”, deputado federal pelo PSDB-MG. “E o ministro Gilmar Mendes, que deu essa decisão, é amigo pessoal, como já mostravam várias matérias e investigações, o Sr. Gilmar Mendes é amigo pessoal do deputado Aécio Neves. Grandes coincidências”, falou Janones.
“Eu não apoiei até aqui a CPI da Lava Toga [sobre ativismo judicial], porque eu entendia que o Judiciário tem de ter seus próprios meios de investigar. Mas a decisão de hoje do STF, que é um tapa na cara dos brasileiros, que é uma autorização para a Vale continuar a matar, que é um tapa na cara das 300 famílias que foram mortas lá [Brumadinho], que tiveram seus entes queridos mortos embaixo da lama, essa decisão me faz rever o meu posicionamento”, continuou.
“A partir de hoje, eu sou um dos maiores defensores neste país de que se instale a CPI da Lava Toga mesmo, que se quebre o sigilo dos ministros do STF. Para que esse canalha do senhor Gilmar Mendes possa dar esclarecimento. É só no Brasil para a gente ter um ministro que é amigo íntimo de um quadrilheiro [Aécio]”, falou Janones.
O rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, matou 270 pessoas em janeiro de 2019.
CONTEXTO
Na 2ª feira (17.abr), a PGR pediu a prisão de Moro depois que o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato sugeriu “comprar” um habeas corpus de Gilmar Mendes.
De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, o senador “caluniou” o ministro do Supremo, “imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva”.
Em nota, o ex-juiz da Lava Jato afirmou que “repudia a denúncia” que, segundo ele, foi apresentada pela PGR “de forma açodada”, “sem base” e “sem sequer ouvir previamente” a ele.
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