“Muita mágoa, muita mágoa. A morte da Marisa foi uma coisa muito ruim. Depois a morte do meu irmão quando eu estava na Polícia Federal foi muito ruim. As acusações, as leviandades, o que as pessoas escreviam. Isso tudo é muito, muito duro, muitas vezes você precisa se preparar para suportar isso”, afirmou Lula na entrevista.

“Você não pode ser se deixar levar, se não cai numa depressão. Então é engraçado porque eu fiquei naquela cadeia lá, foi um momento muito rico na minha vida de resistência. Quantas vezes eu deitava naquela cama e ficava de barriga para cima olhando o teto…”, disse Lula. Nesse momento, ele começou a chorar.

“Sabe que eu acredito muito em Deus porque eu acho que é muita força para sobreviver àquilo. Outros coitados, no mundo… tem muita gente que se delatou, possivelmente, sem precisar se delatar. Pessoas que não suportam, que ficam quebradas. Nego ameaçando prender filha, prender mulher, prender um monte de coisa. Nem todo mundo suporta isso”, continuou o petista na conversa.

“Pega um cara como Aécio [Neves], ele não aguentou uma capa da revista Veja”, afirmou o presidente.

“O senhor sabia que estava sendo torturado, era tortura”, disse um dos entrevistadores. “Era tortura”, respondeu Lula.

“De vez em quando ia um procurador, de sábado ou de semana, para visitar, ver se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores, e perguntavam ‘tá tudo bem?’ e [eu respondia] ‘não tá tudo bem, só vai estar bem quando eu foder esse Moro’”, continuou Lula.

“‘Eu tô aqui para me vingar dessa gente’, eu falava todo dia que eles entravam lá, ‘se prepare que eu vou provar’”, disse o petista, se referindo a provar sua “inocência”.

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