O levantamento exclusivo é o primeiro de uma série de sondagens encomendadas pelo Metrópoles ao Instituto Ideia
O governo federal (23,8%) e o Supremo Tribunal Federal (20,1%) ficam logo atrás dos militares e das organizações religiosas quando o assunto é confiabilidade.
Segundo a pesquisa Metrópoles/Ideia, 15% dos eleitores brasilienses afirmam confiar na polícia (sem especificar a corporação – Federal, Civil ou Militar) e 14% acreditam mais no Congresso Nacional.
O percentual de eleitores do DF que não confia em nenhuma das instituições citadas é de 19,2%. E 1,5% das pessoas afirmam não saber em quem acreditar.
O levantamento é o primeiro de uma série de sondagens encomendadas pelo Metrópoles ao Instituto Ideia. As pesquisas para aferir a preferência do eleitorado brasiliense serão divulgadas até a véspera do segundo turno.
Arte/Metrópoles
Análise
O professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer analisa que as Forças Armadas apareceram em primeiro lugar na pesquisa de confiança porque os militares têm, historicamente, uma imagem positiva perante a população do DF.
“Os brasilienses conseguem diferenciar as Forças Armadas, como instituição, dos militares que têm dado alguns foras”, afirmou Fleischer. “Já a Igreja é uma instituição que as pesquisas mostram há muito tempo ter a confiança da população, e isso porque a Igreja tem tomado algumas posições importantes”, acrescentou.
O advogado e professor da Universidade Católica de Brasília Caio Morau concorda que a confiança dos brasileiros nas Forças Armadas é histórica, porque trata-se de uma instituição de Estado, que funciona em governos de esquerda ou de direita.
“Pesquisas das últimas décadas sempre colocaram as Forças Armadas como instituições muito confiáveis. Nesse ponto específico, eu não penso que esse percentual tenha aumentado por conta do governo Bolsonaro, que tem alinhamento com os militares”, avaliou Morau.
“Tendo em vista que, nos últimos meses, o presidente da República tem levantado sistematicamente dúvidas sobre a transparência e confiabilidade das urnas eletrônicas, sem provas, isso acaba contaminando parte do eleitorado (e parte substancial constituída de eleitores do próprio presidente da República), aumentando esses índices de aprovação, em especial pelo protagonismo desempenhado pelas Forças Armadas no comitê de transparência do Tribunal Superior Eleitoral”, assinala.
Pesquisa
Foram entrevistadas 1.200 pessoas na faixa etária de 16 anos ou mais, com Título de Eleitor, em todas as regiões administrativas do Distrito Federal, entre 11 e 16 de maio.
A pesquisa quantitativa foi realizada com aplicação de questionário estruturado, por meio de inquérito telefônico, com plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico do entrevistado.
A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número DF-09593/2022.
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