A seis meses do pleito, Bolsonaro garantiu mais palanques estaduais que adversários, e sai na frente nessa parte da disputa
Desde o início das articulações pela reeleição, três siglas do Centrão que ganharam cargos no governo nos últimos anos se colocaram no barco de Bolsonaro: o próprio PL, o Republicanos e o PP. Para além dessa tríade, Bolsonaro captou também apoios em siglas que têm adotado certa independência na atual gestão, como MDB, PSD e União Brasil (decorrente da recente fusão entre PSL e DEM).
- Acre: Gladson Cameli (PP)
- Amazonas: Wilson Lima (União Brasil)
- Distrito Federal: Ibaneis Rocha (MDB)
- Minas Gerais: Romeu Zema (Novo)
- Paraná: Ratinho Júnior (PSD)
- Rio de Janeiro: Cláudio Castro (PL)
- Rondônia: Coronel Marcos Rocha (União Brasil)
- Roraima: Antonio Denarium (PP)
- Santa Catarina: Carlos Moisés (Republicanos)
Em Rondônia, o senador Marcos Rogério — que ficou especialmente conhecido pela defesa enfática do governo na CPI da Covid — se filiou ao PL para disputar o Palácio Rio Madeira. Esse é um dos estados em que Bolsonaro pode enfrentar “bolas divididas”, com palanques duplos.
Em três estados, candidatos à reeleição possuem apoio pendular em relação a Bolsonaro: Goiás, com Ronaldo Caiado (União Brasil); Mato Grosso, com Mauro Mendes (União Brasil); e Sergipe, com Belivaldo Chagas (PSD).
Além dos incumbentes que vão tentar renovar seus mandatos, há ainda candidaturas bolsonaristas em ascensão, como Tarcísio Freitas (Republicanos) em São Paulo e Onyx Lorenzoni (União Brasil) no Rio Grande do Sul. Ambos são tidos como candidatos competitivos e aparecem bem colocados em pesquisas de intenção de voto.
Os palanques estaduais são importantes porque aumentam a capilaridade dos postulantes, em especial nos estados onde são menos conhecidos ou em que têm menor percentual de votos. Candidatos a governador fornecem estrutura para os presidenciáveis e costumam ter mais popularidade do que aspirantes a cargos no Legislativo.
Do outro lado, o ex-presidente Lula, principal adversário de Bolsonaro, ainda costura suas alianças. Nos últimos meses, foram poucos os movimentos no sentido de garantir palanques estaduais. Dos governadores candidatos à reeleição, apenas três devem estar oficialmente do lado petista:
- Helder Barbalho (MDB-PA)
- João Azevedo (PSB-PB)
- Fátima Bezerra (PT-RN)
Em outros estados do Nordeste, tradicionalmente um reduto petista, governadores aliados completam em 2022 seu ciclo de dois mandatos — é o caso de Wellington Dias (PT-PI), Renan Filho (MDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Flávio Dino (PSB-MA) e Camilo Santana (PT-CE). Mesmo que eles estejam tentando fazer seus sucessores, os políticos, com exceção de Rui Costa, renunciaram a seus cargos para se candidatar a outros.
No Espírito Santo, o PT não deve contar com o apoio do atual governador e pré-candidato à reeleição, Renato Casagrande. A relação azedou depois que Casagrande se encontrou com o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-SP), em fevereiro, e prometeu a ele que não dará palanque a Lula no estado, mesmo que o seu partido, o PSB, fechasse aliança com o PT em nível nacional – como aconteceu.
O PT já anunciou a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato, recém-filiado ao partido, ao governo do estado, mas admite retirar o nome da disputa.
Publicado em: Política