Bandido sempre bandido!!! Polícia Federal apura ligação entre dono da Precisa Medicamentos e suposto operador de Renan

Publicado em   13/jul/2021
por  Caio Hostilio

A Polícia Federal investiga repasses milionários feitos pela Global Gestão em Saúde, cujo presidente é Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, a um suposto operador de propinas ligado ao senador Renan Calheiros (MDB-AL).

A apuração é um desdobramento do inquérito aberto em 2017 no STF (Supremo Tribunal Federal) que mira supostas propinas destinadas a Calheiros por contratos fraudulentos envolvendo o fundo de pensão dos Correios, o Postalis. O senador nega ter cometido qualquer irregularidade.

O caso envolvendo Maximiano foi incluído neste inquérito com base na delação premiada do advogado Alexandre Romano, que relatou ao MPF (Ministério Público Federal), em 2015, o que teria sido um pagamento de propina por um contrato de seguro de medicamentos firmado pela Global e os Correios.

O esquema levou ao pagamento de propinas de 2011 a 2015, pagas a Romano por meio de contratos fictícios firmados entre seu escritório de advocacia e outras duas empresas com a Global Gestão em Saúde. Os repasses começaram em R$ 50.000 mensais e chegaram a R$ 200 mil por mês, segundo o delator. Francisco Maximiano, dono da Precisa, aparece na Receita Federal como presidente da Global.

A delação não cita ou envolve diretamente Renan Calheiros. A relação entre os casos passou a ser investigada após a PF identificar que de 2011 a 2015, mesmo período do suposto esquema delatado por Romano, a Global transferiu R$ 9 milhões a duas empresas ligadas a Milton Lyra, apontado como suposto operador financeiro de Calheiros.

“Esta autoridade policial considera que há indícios de que, direta ou indiretamente, Milton Lyra ainda se beneficiou de fraudes aos Correios/Postalis por meio do esquema revelado pelo colaborador Alexandre Correa de Oliveira Romano (…), que teriam ocorrido por meio da empresa Global Gestão em Saúde S.A, vinculada ao empresário Francisco Emerson Maximiano“, escreveu o delegado Wedson Lopes em despacho enviado ao STF.

“Nesse particular, cabe registrar que os dados bancários decorrentes da Ação Cautelar nº 4275 demonstram que, entre os anos de 2011 a 2015, a empresa GLOBAL transferiu mais de R$ 9.000.000,00 para empresas ligadas a Milton Lyra, suposto operador financeiro do senador Renan Calheiros“, prosseguiu Lopes. Eis a íntegra (2 MB).

O delegado destacou que, somente em fevereiro de 2013, a Global transferiu R$ 7,5 milhões para a empresa Sistema M de Comunicação, de Milton Lyra, em um intervalo de apenas 2 dias. A hipótese trabalhada pela PF é a de que Renan Calheiros, por meio de Lyra, também teria se beneficiado do suposto esquema envolvendo Francisco Maximiano.

Em 1º de fevereiro de 2021, a PF pediu a prorrogação das investigações por mais 60 dias. A solicitação teve aval da PGR (Procuradoria Geral da República) e foi autorizada pelo ministro Roberto Barroso, relator do inquérito, em março. O inquérito foi prorrogado mais uma vez em junho de 2021.

O objetivo da PF é preencher lacunas ainda não solucionadas na investigação, como a identificação e confirmação do suposto método de recebimento de propinas por parte de Renan Calheiros, quais servidores dos Correios/Postalis teriam sido nomeados ao cargo por influência do senador e quais atos foram praticados e

  Publicado em: Política

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