“Para o Conselho, não é possível decretar o não uso de máscaras no Brasil, porque os nossos dados epidemiológicos não apontam nessa direção. O Conselho Federal de Medicina defende medidas já públicas, de longa data, como o distanciamento social, o uso de máscaras, a não-aglomeração, higienização das mãos, medidas restritivas.
O uso de máscaras está entre as medidas que defendemos”, afirmou, pontuando que, apesar de estudos indicando que as máscaras não são efetivas, há uma série de outras análises mostrando que elas funcionam. O médico lembrou, que apesar da retirada do uso obrigatório do item nos Estados Unidos, os dados epidemiológicos do país são diferentes do que nós vemos hoje no Brasil. Para ele, os países só poderiam ter medidas igualadas se os números nacionais diminuíssem.
“No momento, o CFM pensa que não há nem ambiente para isso”, disse.
Ribeiro lembrou que a Covid-19 tem pouco mais de um ano de vida e que ainda há muitas dúvidas envolvendo a doença, mas explicou que dados justificam a defesa das máscaras por parte do Conselho, já que vacinas não impedem que as pessoas sejam contaminadas. “No caso da maior parte das vacinas da Covid, elas não são vacinas esterilizantes, então as pessoas podem se contaminar e podem transmitir a doença, ao contrário de outras vacinas”, exemplificou. Apesar disso, em nome do órgão, ele defendeu que a escolha de tomar ou não o imunizante seja feita pelos próprios brasileiros. “Nossa posição é pública, nós defendemos a não obrigatoriedade da vacina.
As pessoas têm que ter liberdade de escolher aquilo que é mais apropriado, de acordo com aquilo que acreditam em relação à sua saúde”, opinou. O médico lembrou que a posição não muda diante da aprovação do passaporte sanitário e disse que, apesar de serem totalmente favoráveis à vacina, “no momento é a única medida de prevenção que existe contra a doença”. “Agora, a obrigatoriedade, direta ou indireta, não é bem vista pelo Conselho Federal de Medicina. Nós temos que convencer a população da necessidade de ser vacinada. A liberdade individual deve ser preservada”, afirmou.
O médico lembrou que a politização e as narrativas em torno da doença podem ser prejudiciais e disse que não minimiza os quase 500 mil óbitos, mas lembrou que mais de 17 milhões foram curados após se infectar no país. Além disso, esclareceu que o Conselho não defende o tratamento precoce da doença, e sim os direitos dos profissionais. “Existem exageros na narrativa, nós podemos discutir a efetividade da hidroxicloroquina e da ivermectina no tratamento precoce da Covid, essa discussão é legítima. Agora, discutir a segurança dessas drogas é querer fazer pouco da inteligência das pessoas. Dizer que hidroxicloroquina ou ivermectina matam, que são substâncias perigosas, vai a uma distância muito grande”, afirmou, lembrando que todas as drogas podem ter efeito colateral.
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