O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, montou “seu próprio aparato de inteligência e investigação” para apurar o inquérito ilegal das Fake News, que investiga supostas notícias falsas e ataques aos ministros da Corte, informa a revista Crusoé em reportagem.

Essa decisão infringe o artigo 144 da Constituição Federal do Brasil, que define a Polícia Federal (PF) como órgão competente para investigar crimes na esfera federal.

De acordo com a Crusoé, a apuração inconstitucional, que já resultou em pelo menos 74 procedimentos distintos, “é comandada pelo juiz instrutor Airton Vieira e pelo perito criminal aposentado Celso Perioli, ambos lotados no gabinete de Moraes”.

“Até os laudos técnicos que embasaram a decisão de busca e apreensão e quebra de sigilo de militantes e empresários bolsonaristas foram encomendados a dois agentes do Instituto de Criminalística de São Paulo, e não ao corpo de peritos da PF, considerado o melhor do país”, informa a Crusoé.

“É a equipe de confiança de Alexandre de Moraes que está examinando o material dos aparelhos celulares e computadores apreendidos na ação contra os bolsonaristas”, denuncia a revista.

A opção de Moraes por não deixar a PF conduzir a investigação é vista sob duas óticas por policiais e por alguns ministros do STF, que fora dos holofotes fazem críticas pesadas à condução da apuração:

“Por um lado, como resultado da desconfiança dele na PF – deixar a investigação e a análise das provas a cargo de agentes e delegados federais poderia abrir o flanco para interferências políticas.

Por outro, como sinal da vontade de Moraes de conduzir o caso do jeito que lhe convém”.