“Acho que os maiores responsáveis por isso [crise institucional] são alguns ministros do STF, por conta da ingerência em relação ao Ramagem, do corpo diplomático da Venezuela, da instalação do inquérito para apurar interferência do presidente na Polícia Federal – que, ali, toda sorte de arbitrariedade nós vimos, com uma decisão inicial praticamente julgando o presidente, quando deveria ser uma decisão sóbria -, depois com a publicação de um vídeo da reunião interministerial sem nenhuma finalidade para a investigação. Então, isso tudo agravou muito a situação. O vídeo foi uma catástrofe para estabelecer um entendimento entre os poderes. Mas eu acho que vai melhorar, nós vamos superar… Do jeito que tá, não pode continuar. Não defendo o culto à personalidade, mas nós temos que respeitar o sufrágio universal que é que o povo escolheu Bolsonaro e é ele quem tem que governar, goste ou não”, disse.
De acordo com a emissora, Sartori é cotado para assumir a vaga do decano Celso de Mello, como ministro do STF.
No debate, ele também defendeu a interrupção do inquérito ilegal das Fake News no STF: “A verdade é que tudo isso que está ocorrendo ali me parece uma situação de perseguição porque os visados, inclusive, são pessoas que apoiam o presidente da República. O inquérito está sendo seletivo e conduzido pelo Judiário. O Judiário é polícia, Ministério Público e, ao mesmo tempo, agrega todas as forças e todos os poderes. Então eu acho que isso não tem nenhum sentido e é absolutamente inconstitucional esse inquérito”.
Ele admitiu ser possível que as Forças Armadas atuem para garantia da lei e da ordem, em referência ao artigo 142 da Constituição:
“O artigo diz que qualquer dos poderes pode chamar as Forças Armadas para que se restabeleça o equilíbrio entre eles. Inclusive, eu acho que isso leva à situação que qualquer dos poderes esteja se apequenando, sofrendo invasão ou interferência de outro poder, qualquer um deles pode requisitar a força necessária para que restabeleça a sua condição de poder. Está na Constituição. É claro que isso não é uma interpretação pacífica, tem que tomar muito cuidado com essa questão”.
Ele nega ter sido sondado para a cadeira de ministro do STF, mas, nos bastidores, comenta a possibilidade com interlocutores, informa a CNN.
Sartori ganhou fama ao votar pela absolvição dos policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 detentos em 1992. O então desembargador justificou que “não houve massacre, houve legítima defesa”.
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