Na entrevista ao Poder 360 e SBT, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, 63 anos, declara que o presidente Jair Bolsonaro não fez nenhuma sinalização que indicasse interferência na Polícia Federal. Pelo que se recorda, diz Ramos, não houve nem menção a superintendências da corporação durante uma reunião interministerial da qual participou.
Ramos afirma que “em nenhum momento” da reunião o presidente quis se referir a processos judiciais ou investigações conduzidas pela Polícia Federal. De acordo com ele, Bolsonaro falava do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) e cobrava relatórios de melhor qualidade.
“O que é a inteligência? Parece que ficou demonizado, mas não é: em qualquer país do mundo você precisa de informações e de dados sobre as fronteiras, os crimes transnacionais, queimadas, de criminalidade, de grupos radicais se reunindo, isso faz parte do Sisbin. E quem faz parte do Sisbin? O sistema de inteligência das Forças Armadas, da Polícia Federal, das Polícias Militares, todos vão e alimentam esse sistema. Então era disso que o presidente estava falando”, diz.
O ministro deixa claro que distorcem os movimentos, principalmente a mídia e desafia a mostrarem uma fala do presidente que pede o fechamento do Congresso Nacional ou do STF.
Sobre o relacionamento –e atritos– de Bolsonaro com a imprensa, Ramos afirma que prefere ter “1 presidente sincero do que 1 presidente desonesto”.
“Eu prefiro 1 presidente meio grosso do que 1 falso. Não é porque eu sou amigo dele, não. Podem falar o que quiser dele, mas ele é aquilo ali. Prefiro ele assim do que o cara vaselina, que às vezes está falando outra coisa”, diz.
De acordo com o ministro, há “repórteres que fazem perguntas coerentes, mas têm outros que já vêm no fígado dele”:
“E a maneira dele ser… Se você me perguntar: ‘não poderia ser melhor?’ Sim, ou talvez, mas é da natureza dele… Voltando ao que eu falei: ele sempre foi do embate. Então é o seguinte: ele sempre foi ‘lutador de MMA’ a vida toda, porque assim exigiram dele. Agora ele está numa situação de presidente da República. Teria de jogar xadrez. Ele está se adaptando.”
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