Oficialmente, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia sustenta que Adriano foi morto por 2 tiros (1 de carabina e o outro de fuzil), que provocaram lesões no tórax, pescoço e clavícula do miliciano. Os disparos teriam sido efetuados pelos policiais porque Adriano reagiu ao ser enquadrado em 1 sítio no município de Esplanada.
Dois especialistas ouvidos pela Veja analisaram as fotos obtidas pela reportagem e apontaram características que sugerem que Adriano teria sido executado por disparo realizado a curta distância.
O médico legista Malthus Fonseca Galvão chamou a atenção para uma marca na região do peito do ex-policial. Disse que o disparo foi feito a uma distância de, “no máximo“, 40 centímetros. Mencionou também que uma das fotografias mostra uma marca cilíndrica cravada no peito do corpo, o que, em sua avaliação, “tem muita chance” de ter sido provocada pelo cano quente de uma arma logo após o disparo.
Outro especialista disse que, provavelmente, o disparo que atingiu Adriano logo abaixo do queixo foi feito a uma distância de aproximadamente 15 centímetros.
Ambos os especialistas ressalvaram à revista que o ideal seria fazer a análise do corpo, e não somente avaliá-lo por meio de fotografias.
A Justiça do Rio de Janeiro proibiu que o corpo de Adriano fosse cremado, conforme pretendia ter feito a família do ex-policial nessa 4ª feira (12.fev).
A juíza Maria Izabel Pena Pieranti escreveu em sua decisão que, caso autorizasse a cremação, “inviabilizadas estariam eventuais providências a serem levadas a efeito pela autoridade policial”.
“Não é despiciendo enfatizar que o interesse público na cabal elucidação dos fatos tem preponderância sobre o desejo de seus familiares”, completou.
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