O tema foi parar no noticiário por causa de depoimento recente prestado por Youssef no processo disciplinar que o então diretor-geral da PF, Leandro Daiello, abriu contra o agente Dalmey Werlang.
A verdade é que Dalmey virou alvo de um processo disciplinar porque mentiu na primeira sindicância aberta pela PF para apurar o tal grampo, dizendo que a escuta ambiental na cela — antes ocupada por Fernandinho Beira-Mar — estava desligada.
O próprio Dalmey modificou depois sua história e resolveu contá-la para o delegado Mario Fanton, personagem conhecido de O Antagonista.
Na ocasião, Fanton usou a informação para tentar projetar a sua própria imagem, impulsionando o plano de anulação da Lava Jato – que envolveu até a venda de dossiês contra delegados.
Daiello então determinou à Corregedoria em Brasília para que abrisse uma segunda sindicância, que descobriu os áudios da escuta ambiental armazenados nos computadores do próprio Dalmey, então agente responsável pelas ações de inteligência da PF no Paraná.
A própria PF descobriu as 260 horas (11 dias) de gravação da escuta, cujo conteúdo se mostrou irrelevante e sem qualquer conexão com a Lava Jato.
Emparedado, o agente inventou que teria “ligado” a escuta sem autorização judicial, por ordem dos delegados Igor Romário, Márcio Anselmo e Rosalvo Franco. Só esqueceu de contar que, pela posição hierárquica, nunca poderia despachar diretamente com eles.
O processo disciplinar contra Dalmey foi aberto não só pela conduta incompatível com a de um servidor da PF, mas por indícios de que teria sido cooptado por empresários interessados em anular a Lava Jato. Além disso, o agente, ao ser descoberto, tentou se aposentar antecipadamente.
Por oantagonista