Conheça ‘Hope’, a cachorrinha que auxilia na terapia de crianças com câncer no Inca

Publicado em   06/maio/2019
por  Caio Hostilio

"Hope" é levada ao Inca uma vez por semana

“Hope” é levada ao Inca uma vez por semana 
O nome “Hope” — esperança, em inglês— não é mera coincidência. Assim foi batizada a dócil Golden Retriever, que desde o início de abril deste ano, auxilia na terapia de crianças que passam por tratamentos oncológicos, no Instituto Nacional do Câncer (Inca). Prestes a completar 11 meses, a cachorrinha visita a unidade uma vez por semana, geralmente às sextas-feiras, para dar e, claro, receber carinho dos pequenos pacientes. Algo importante no tratamento dos pequenos, conforme destaca a médica da ala pediátrica do Inca Bianca Santanta.

— O nosso objetivo é que eles se desliguem do hospital (no momento em que estão com a “Hope”). Para que se sintam como se estivessem em casa, trazer um pouco do conforto na nossa casa, do lar — afirma Santana, que é dona de “Hope”.

A ideia foi da própria médica, que sempre foi apaixonada por cães. Ela conta que, há cerca de três anos, resolveu colocar a ideia em prática depois que um pequeno paciente, já em estágio avançado da doença, fez o último pedido para rever seu cachorro. Como morava longe, não foi possível trazer o cãozinho do menino.
Criança faz carinho em Hope

Criança faz carinho em Hope 

De lá para cá, até o projeto tomar forma, foi preciso encontrar um macho e uma fêmea com características compatíveis com a função que exerceria, a de cão terapeuta. Os pais de “Hope” foram escolhidos em um canil e, entre os filhotes, a mais dócil e calma foi recebeu o treinamento necessário.

— Os treinos foram diários. Como deixá-la quietinha e fazer com que ela goste muito de carinho, além de levá-la para locais, com o fim de ter contato com crianças. Aos oito meses ela estava pronta — acrescenta Santana, ao destacar ainda que a equipe médica do local onde ela trabalha abraçou a iniciativa. — A ideia era ter um cachorro que fizesse parte da oncologia pediátrica.

“Hope” é levada ao Inca uma vez por semana 

Visitas de cães em locais de tratamento não são exatamente uma novidade — Ongs, por exemplo, geralmente fornecem bichinhos para esse tipo de ação. Em relação à “Hope”, no entanto, é um pouco diferente porque é a primeira cadela com acesso à área pediátrica do Inca (Inca 1) .

As crianças, claro, ainda conforme destacou a doutora, adoram quando a visita ilustre chega ao hospital.

— Um menininho nosso, numa das ocasiões, não queria comer. A enfermeira disse que a “Hope” tinha dito para que ele se alimentasse. Ele comeu. No dia da visita dela, foi logo contar a novidade: “Hope, eu comi tudo” — conta doutora, que acrescenta. — Crianças transplantadas não podem ter contato direto com ela. Mas um dia, um menino pediu para olhar de longe, e já ficou feliz. A vida é feita desses pequenos momentos.

O treinamento de “Hope” foi em etapas. Primeiro, mais simples e depois tarefas mais elaboradas, conforme salienta o treinador da cachorrinha André Donza. Além, claro, de reservar um tempo para que ela seja uma cachorrinha normal.

Com crachá, Hope em ala infantil do Inca
Com crachá, Hope em ala infantil do Inca 

— Quando ela estava começando o treinamento, as tarefas eram mais básicas, como sentar ou ir para a caminha. Depois vieram os exercícios mais complexos, de especialização, como receber carinho de pessoas em locais públicos, como metrô, shoppings — explica o treinador.

— Ela também tem os momentos de uma cachorra normal. Quando vai para minha casa, por exemplo, brinca com os outros cachorros; ou quando está passeando pelas ruas, pode ter contato com os outros bichinhos. É diferente quando ela está em treinamento.

O treinador e a médica realizam o trabalho de forma voluntária. A ideia é que o número de visitas aumentem para, ao menos, mais um dia por semana.

Jornal Extra/Rio

  Publicado em: Política

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