Derrotado nas eleições presidenciais de 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) segue fazendo política. Seja como observador atento do atual cenário, seja em discursos e palestras nas quais mantém viva a sua “metralhadora verbal” contra o PT e o presidente Jair Bolsonaro (PSL), Ciro se mantém relevante como voz importante de uma esquerda fragmentada.
Em entrevista ao HuffPost Brasil, na última quarta-feira (17), o pedetista chamou mais uma vez o PT de “quadrilha”, disse que a cúpula do partido “apodreceu” e que “nunca mais” se associará ao PT, jogando por terra – pelo menos, por ora – qualquer chance de articulação de oposição.
Ciro, contudo, nega que a repulsa tenha como fundo uma mágoa das eleições, quando o ex-presidente Lula articulou para que o pedetista ficasse isolado.
“Um cara como eu, com 40 anos de vida pública, não faz mágoa, faz política. Quando eles fizeram o que fizeram, eles estavam fazendo política”, disse. “Agora eles [PT] aguentem, agora eu estou fazendo política.”
Ciro, que ficou em 3º lugar na disputa pela Presidência, também criticou a oposição ao governo Bolsonaro: “Não existe oposição, o que tem é confusão”.
E condenou as críticas que a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) recebeu da esquerda após ganhar protagonismo no Congresso.
“Tudo que é novo para eles [o PT] é um insulto. (…) Qual a liderança nova que apareceu no PT? Aí aparece uma jovem, nascida na favela, filha de mãe trabalhadora, de pai trabalhador, que sacrificou sua vida inteira. (…) Os caras enlouquecem”, disse. ”É quase um chute na mediocridade corrupta deles.”
Em relação ao governo Bolsonaro, Ciro aposta que “ainda vem muita confusão por aí” e que o vice-presidente, Hamilton Mourão, está “muito bem assessorado”, de olho no lugar de Bolsonaro.
“Ele [Mourão] está de olho [na cadeira de presidente], e de olho gordo, não está disfarçando”, diz.
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