Refletindo sobre a moralidade que reina nas sociedades e suas constantes alterações com o tempo, só consigo chegar a uma única conclusão: a sociedade esconde suas hipocrisias atrás da máscara da falsa moralidade.
Quando voltamos em qualquer parte do tempo passado e construímos uma ponte comparativa com os dias atuais, notamos como os conceitos morais foram alterados; como as pessoas passaram a aceitar moralmente o que antes era tido como imoral. Alguns justificariam tais mudanças dizendo ser isto conseqüência da evolução humana, outros poderiam dizer que faz parte do amadurecimento da sociedade quebrar determinadas regras, enfim, sempre haveria uma “desculpa” para justificar tais alterações. Mas será que eu encontraria alguém que dissesse: “Isto é apenas uma nova maquiagem na velha máscara que cada um de nós carrega.”?
Poderia aqui selecionar centenas, milhares de fatos que aconteceram no mundo e que, com o tempo, sofreram alterações no padrão do conceito moral de alguma forma. Mas não precisaria fazer tal coisa, uma vez que basta identificar um, percebendo-se, assim, a mesmice da essência em todos os outros.
Você já ouviu falar de uma época em que a palavra de um homem valia mais do que qualquer documento assinado? Desonestidade era imoral. Mas como os tempos mudaram!
E o que dizer da sociedade atual que, moralmente, não admite que um adulto (ser humano maior que 18 anos) pratique sexo ou atos de atentado ao pudor com menores de idade (ser humano menor que 18 anos)? No entanto, as crianças de 11, 12, 13, 14 anos de idade agarram uma as outras com toda a veemência do início da puberdade e ainda são embaladas pelas músicas de funk, moralmente aprovada por seus pais e que só tratam de temas de conteúdo sexual no mais baixo nível.
E a imoralidade do homossexualismo de épocas atrás deu lugar a uma moral em forma de passeata, de festa com arco-íris e de toda sorte de desejos que, moralmente falando, vão adentrando TV´s, jornais, revistas, propagandas, seriados, filmes e todo tipo de meios de comunicação de massa. O imoral libertino é hoje o moralmente compreendido por uma sociedade que, de tempos em tempos, altera valores.
E poderia aqui dizer dos conceitos morais de certos pais dados a seus filhos quanto a drogas, cigarros, bebidas e tantas outras coisas, mas que são realizados moralmente por eles mesmos numa educação ditatorial do tipo faça o que falo, mas não o que faço.
E assim, como diria Renato Russo, “todos vão fingindo viver decentemente.”
Enquanto as pessoas carregarem a moral como regra de conduta de vida, as sociedades permanecerão sendo hipócritas e as pessoas continuarão enganando a si próprias.
Publicado em: Governo