Crimes para justificar crimes. Flávio Dino faz isso todos os dias. Agora, tenta desesperadamente justificar os crimes que cometeu quando determinou a mudança de objeto da obra de ampliação do Hospital de Alta Complexidade Carlos Macieira.
A ampliação prevê o acréscimo de mais 204 leitos para atender a demanda da rede pública, inclusive os servidores estaduais, por procedimentos de alta complexidade tão necessários aos maranhenses, que penam à espera de leitos. Ele, pessoalmente, foi no local da obra, e lá, na frente de toda a imprensa, de deputados e autoridades, simplesmente disse que a partir daquele instante, naquele local, naquela obra, seria construído um hospital destinado exclusivamente aos servidores estaduais participantes do plano de saúde complementar do Funben.
A obra licitada e contratada, com recursos 100% da saúde do Estado, para atender o SUS, e todos os maranhenses, desapareceu, mas continuou sendo tocada com recursos da saúde até hoje. Terreno próprio do estado, desafetado para a rede de saúde Estadual, projeto, obra, tudo financiado com recursos do estado para atender pacientes que precisam de tratamentos complexos e que por vontade de Flávio Dino deixarão de ter essa oportunidade. Além do prejuízo que o HCM terá porque grande parte do investimento feito no prédio principal ficará sem uso pela falta dos 204 leitos da ampliação.
Pego no crime, respondendo já a uma ação popular e a uma representação no TCE, Flávio Dino engendrou uma operação, que eu estou chamando de “batom na cueca” porque coloca as digitais dele na cena do crime, para tentar justificar o injustificável.
Em 03 de abril de 2018, editou a Medida Provisória 273 dando poderes ao Funben para “adquirir bens”. Como a Constituição Estado proíbe a alienação de bens nos seis meses anteriores à eleição até o final do mandato do governador, ele, numa estratégia própria dos criminosos de alta periculosidade, determinou ao líder do governo na Assembleia que propusesse sorrateiramente, omitindo que era pra essa finalidade – a aquisição pelo Funben do terreno e prédio da ampliação do HCM – uma alteração na Constituição, protocolizada no dia 17 de abril, fixando prazo de apenas “três meses do fim do mandato do governador” para venda de bens do patrimônio do Estado.
A PEC já foi votada em primeiro turno e amanhã está prevista a votação em segundo turno. O processo administrativo para compra do prédio da ampliação do Hospital Carlos Macieira pelo Funben, já está montado aguardando apenas a promulgação da emenda pela Assembleia.
Impressionante como Flávio Dino perdeu a noção de limites em busca da reeleição. São tantas as violências e crimes que tem cometido por causa dessa reeleição, que não mede as consequências nem que para isso tenha, como nesse caso, de colocar mais uma vez suas digitais na cena do crime, como no ditado popular, do “batom na cueca”.
Publicado em: Governo