Pesquisa não ganha eleição, mas engorda o faturamento da indústria do voto

Publicado em   14/out/2016
por  Caio Hostilio

Por Portal Zacarias

20160919201455industriaO marketing político se transformou numa bolsa de aposta tentando a todo custo influenciar o voto num universo eleitoral circunscrito enquanto objeto de variadas formas de pesquisa. Para a Justiça, a pesquisa pode parecer tecnicamente apenas um recorte da realidade orientada por uma metodologia quantitativa assentada no registro da vontade do eleitor. Mas, na disputa do voto, o resultado pode influenciar diretamente no mercado eleitoral a favor de uma candidatura impulsionada às vezes muito mais pelo poder econômico do que pela vontade de fato do eleitor. De qualquer modo também pode influenciar “a torcida do voto útil” visto que ninguém torce para perder. No entanto, neste jogo tem muitas variáveis, podendo mudar a opinião do eleitor quanto à sua confirmação na urna. Os políticos profissionais recorrem às estatísticas para avaliar quantitativamente os seus desempenhos, considerando sua trajetória, as alianças, propostas e seus projetos. Neste meio tempo, os atores repensam suas estratégias e táticas visando fidelizar o eleitor e com isto obter o sucesso nas urnas.

Dizia-se no passado que a estatística é um moleque de recado. No entanto, se agregada a uma matriz metodológica pode ser um excelente instrumento para mensurar a rejeição ou aceitação de um determinado candidato. Quase sempre os candidatos repetem a mesma mensagem, podendo ser falsa ou verdadeira, mas se não for imediatamente contestada ganha forma de verdade, aumentando a credibilidade do político junto ao eleitorado. A tática requer competência e habilidade dos candidatos principalmente no trato com o público, buscando junto ao eleitorado identificação e compromisso com a sua candidatura.

ATÉ O DIA DA ELEIÇÃO…

Pesquisa é informação a exigir dos especialistas leituras e interpretação contextual na busca de obter alguma resposta relativa ao desempenho do candidato na campanha. Às vezes a indústria do voto trabalha com determinada informação que taticamente vai se ajustando até o dia das eleições podendo ou não conferir com os fatos. Nesta hora, os institutos de pesquisa querem afirmar a sua reputação imputando aos candidatos intransigência e desatenção, alegando objetividade em suas pesquisas. Nesta crise, as eleições de 2016 priorizam mais da metade dos recursos para a indústria do voto. Maldito o candidato que não atender as exigências da tal objetividade, podendo acordar com pesadelo, sentindo-se peixe fora d’água.

 DÚVIDA E ANÁLISE

Nesta hora, os candidatos além de recorrerem às pesquisas internas de suas coligações deparam-se também com as pesquisas de mercado do voto, que bem ou mal fazem pensar sobre sua prática no pleito quanto ao desempenho eleitoral. Isto é, se os candidatos não forem prepotentes e arrogantes. Do tipo daqueles que transferem para o outro a sua responsabilidade. Como se diz, o jogo só termina quando acaba, no entanto, para os desatentos o tempo é implacável, podendo o candidato perder pra si mesmo por razão de sua própria intransigência e autoconfiança.

REALISMO POLÍTICO E VIRTUALIDADE

Não tem papo. Uma campanha política deve se pautar nas demandas apresentadas pela população, o que se capta pelo contato com a realidade, andando nos bairros, tendo uma visão de cidade como um todo, com os seus problemas e desafios. Tecnicamente também se pode adquirir este conhecimento da realidade por meio de pesquisa qualitativa focada em determinadas zonas para subsidiar os candidatos em suas propostas. O que não dá pra engolir é o candidato ignorar os fatos e promover uma campanha virtual, sabendo que nem todos têm acesso às redes de computador.

AS ELEIÇÕES E A DESIGUALDADE SOCIAL

 Qualquer candidato é conhecedor do quadro social em que se encontra a população do município quanto à moradia, saúde, segurança, emprego e trabalho, cultura, lazer e outras demandas sociais que imperam. Nesta hora, os candidatos de oposição jogam nos peitos da situação tal responsabilidade dizendo que irá fazer isto ou aquilo, mesmo sabendo que embora pareçam ser um justiceiro da esperança está muito mais para o político populista certo de que o eleitor é um babaca que se deixa enganar com promessas vazias. O demagogo avança junto ao povo quando suas mentiras não são contestadas, então ele cresce tornado-se uma força em ascensão para desgraça do povo e das instituições democráticas.

O CANDIDATO E OS ADULADORES

 Como estamos analisando a postura dos candidatos frente às demandas dos eleitores, que direta ou indiretamente refletem nas pesquisas eleitorais, é conveniente registrar como determinados candidatos se comportam diante das críticas não só dos eleitores como de seus próprios assessores e também de seus concorrentes. Neste momento percebe-se que determinados candidatos respeitam mais os seus aduladores, chamados também de baba-ovos, do que os assessores que questionam, formulam e propõem. Sendo assim, o candidato não pode reclamar por ser pisado e destratado pelo eleitor nas urnas porque se fez de rogado ignorando a realidade dos fatos, deixando ser tragado pelo tempo. Para estes candidatos o Balatal é o seu destino.

  Publicado em: Governo

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