As crianças matriculadas na UEB Proteção de Jesus, no Mato Grosso, zona rural de São Luís, iniciaram esta segunda-feira (01), não com lápis na mão, mas com enxadas. A escola que já apresenta problemas estruturais, há anos, foi invadida por um mar de lama e muita sujeira, nesta madrugada, devido à ocorrência das chuvas, impossibilitando a realização das aulas. Para amenizar o prejuízo, a comunidade, pais e alunos uniram-se em um mutirão de limpeza da unidade de ensino.
Até quando as crianças terão que perder aulas por causa deste absurdo?
A presidente do Sindeducação, profª Elisabeth Castelo Branco, esteve no local para conferir a situação: “estas crianças deveriam preocupar-se apenas com seus estudos, porém, o descaso da Prefeitura de São Luís faz com que elas se envolvam com problemas estruturais de suas escolas. Esse não deve ser o foco. Isso é injusto”, lamentou.
A mãe de aluno, Rosângela do Vale, diz que o problema já é recorrente e que a administração pública nada faz para resolvê-lo. “Toda vez que chove, a gente tem que se reunir pra limpar a escola, porque senão as crianças ficam sem aula. A gente sabe que isso aqui não é nossa função, mas se a gente não fizer a Prefeitura também não faz, e nós que ficamos no prejuízo”, afirmou.
“Nossa escola está prestes a desabar, não sabemos quantas chuvas ainda aguentaremos antes de acontecer uma tragédia. Além disso, a escola está infestada de morcegos, já tivemos caso de um aluno especial aparecer com fezes do animal no rosto”, relatou uma professora da rede.
Os professores contam, ainda, que a água das chuvas arrasta cobras para o interior da escola e que, quando não chove, ainda restam os problemas de instalação elétrica, aparelhamento dos banheiros e de crateras que se abrem no refeitório. “Estamos afundando”, aponta uma servidora.
Além dos problemas de infraestrutura, a comunidade escolar destaca que a falta de vigilância noturna no local vem cooperando com a depredação do prédio – os vidros das janelas estão quebrados e concorrem com as goteiras no alagamento da escola.
“A escola tem que ser um ambiente saudável e motivador, mas percebe-se um verdadeiro descaso com a educação pública municipal nesse quesito. Isso é um absurdo. Não podemos mais aceitar esse desrespeito com as nossas crianças”, declarou a presidente do Sindeducação.
Para chamar a atenção do prefeito Edivaldo Holanda Junior, os professores e pais de alunos mobilizam-se para uma grande manifestação, amanhã (02), na porta da escola.
Publicado em: Governo