A presença de políticos de todas as matizes e credos no velório de Eduardo Campos deu a ideia do tom do seu velório. Do DEM ao PSol, não faltou um só partido a homenageá-lo, a ponto de quase provocar um aglomerado de presidenciáveis no pátio interno do Palácio do Campo das Princesas, com Dilma Rousseff, Aécio Neves e pastor Everaldo no mesmo quadrado. “Só vi algo assim quando da morte de Getúlio e de Tancredo Neves”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), olha que no de Getúlio ele não estava lá!!! A casa de Rui Barbosa, em Botafogo-RJ, assim, como o Palácio do Catete, local da morte de Getulio Vargas, caíram no esquecimento!!!
Ali, os tucanos, o candidato a vice, senador Aloysio Nunes Ferreira, e José Serra, esperavam pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que levou as medalhinhas de Eduardo para a viúva, Renata, e acompanhou a missa até o último acorde. Mal terminou a celebração, lá vem a presidente Dilma Rousseff para o mesmo pátio, que dá acesso ao portão de trás, onde os carros das autoridades estavam enfileirados (Marina Silva sairia pela frente ajudando a carregar o caixão ao lado da família). A presidente acelerou o passo ao perceber a presença de jornalistas e já ia saindo quando se deu conta da ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Voltou e ficou numa das laterais do pátio interno.
Antes da chegada de Lula no pátio interno, que se atrasara justamente porque tinha sido parado por servidores do palácio e outros admiradores para fotos, Dilma quase encontrou Aécio. Exímio observador de ambientes, o tucano num instante percebeu que a presidente estava exatamente na parte do quadrado por onde ele planejara passar. Rapidamente, desviou para a esquerda, em sentido ao outro extremo do quadrado, onde, ao centro, um jardim cercado de coroas de flores impedia a visão completa de quem estava do outro lado. Eles já haviam se cumprimentado na chegada.
Enquanto Aécio contava aos jornalistas suas histórias com Eduardo, Lula chegou e os petistas saíram. O ex-presidente evitou dar declarações. O governador-candidato Agnelo Queiroz acompanhava a comitiva e comentou sobre a qualidade de Eduardo, de exercer a grande política. Nesse meio tempo, passou o candidato a presidente pelo PSC, Pastor Everaldo. “Meu último encontro com ele foi numa igreja evangélica em São Paulo”, disse ele. José Serra, por sua vez, conversava com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. “Ele era leve. Jamais o vi triste. Sempre houve uma boa convivência”, comentou Pezão. “Tínhamos uma boa relação e próxima. Ele fazia política com altivez”, afirmou Serra. Miro Teixeira, que acompanhou Marina Silva, também estava consternado: “Eduardo fará muita falta diante de uma política que precisa de valores”, comentou ele.
A turma do PSol foi embora depois. Randolfe Rodrigues, do Amapá, estava inconformado. “Não dá para aceitar essa tragédia”, comentou. Do PMDB, o mais arrasado era o candidato a governador do Ceará, Eunício Oliveira, que foi líder do partido na Câmara em 2003, quando Eduardo era líder do PSB. Ambos seguiram juntos para o ministério de Lula em 2005. Eunício, nas Comunicações; e Eduardo, na Ciência e Tecnologia. Naquele período eram inseparáveis. “Larga os tucanos e me arruma uma brecha no seu palanque”, comentou Eunício, que também guarda várias histórias.
Como são hipócritas!!!
Eduardo Campos, a sua não vai demorar sequer até a próxima eleição!!!
Publicado em: Governo