O intercâmbio entre profissionais da atenção básica e a busca de novos investimentos nas ações primárias de saúde são assuntos discutidos no III Congresso Maranhense de Medicina, aberto, na manhã desta quinta-feira (7), pelo secretário de estado de Saúde, Ricardo Murad, no Hotel Luzeiros. Mais de 1.500 profissionais de saúde dos 217 municípios maranhenses e estudantes de cursos da área da saúde estarão reunidos até esta sexta-feira (8) para debater melhorias na primeira atenção ao paciente, que é a atenção primária de saúde.
Ricardo Murad lembrou que os congressos realizados anteriormente discutiram, respectivamente, os atendimentos especializados de média e a tecnologia da alta complexidade. “Neste encontro, que eu considero o mais importante, estamos discutindo o atendimento de qualidade ao cidadão, próximo de sua casa. São os atendimentos de medicina preventiva, dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e dos Programas Saúde da Família que precisam ser cada vez mais qualificados e estruturados”, pontuou.
O secretário salientou os investimentos feitos nos últimos cinco anos para promover a reestruturação dos serviços e excelência nos atendimentos de saúde no Maranhão. “Não estamos mais buscando a concretização física de um sistema, mas a qualificação e melhoria permanente da excelência dos serviços – que é a estruturação das secretarias municipais de saúde, nas áreas de informação e transmissão de dados pela internet, do posto de saúde e da vacinação. Um mundo complexo de ações básicas que resultam na melhoria da qualidade de vida do cidadão”, disse.
Ele revelou que, quando assumiu, eram gastou R$ 168 milhões nas unidades da rede estadual de saúde e atualmente os investimentos chegam a R$ 1 bilhão, com uma contrapartida de 25% do governo federal. “Precisamos sair daqui com um documento exigindo o reconhecimento do Ministério da Saúde para que entre com investimentos novos para os serviços de saúde. Todo município maranhense precisa ter um posto ou hospital funcionando 24 horas para prestar o primeiro atendimento para sua população, e estrutura mínima para informar seus atendimentos e regular seus pacientes quando for necessário”, enfatizou.
Reconhecimento
Ricardo Murad revelou que o Programa Saúde é Vida mostrou que os maranhenses têm capacidade de fazer e de mudar a realidade. “Conseguimos fazer hospitais de ponta, abrir redes de urgência e emergência no estado inteiro, colocar 250 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva e 10 Unidades de Pronto Atendimento funcionando 24 horas com profissionais maranhenses. Se tudo isso foi possível, agora o nosso desafio é melhorar a atenção básica para que possamos ter um estado melhor, com pessoas mais sadias”, assegurou.
A abertura do III Congresso Maranhense de Medicina contou, ainda, com a presença do presidente do evento e subsecretário de Estado de Saúde, José Márcio Leite; dos representantes do Ministério da Saúde, Maden Marques Filho e do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Fernando Barros Cupertino; da secretária de Saúde de São Luis, Helena Duailibe; da representante da Assembleia Legislativa, deputada VianeyBringel; da promotora de Justiça da Saúde, Glória Mafra; da presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Iolete Arruda; e da secretaria adjunta de Atenção Básica da SES, Cristina Loyola.
José Márcio disse que o III Congresso é importante porque envolve áreas sociais como sociologia, antropologia, medicina e economia. “Os profissionais maranhenses sabem da importância de discutir saúde e este congresso é importante porque vamos tratar da saúde das pessoas, mas tudo isso passa pelo componente familiar que é o acesso ao emprego, lazer e ao estudo. O Maranhão está estruturado para dar suporte à atenção primária e estamos partindo agora para a estruturação da atenção básica, que envolve novos investimentos para que os municípios possam oferecer o atendimento 24 horas”, completou.
Cristina Loyola lembrou que a atenção básica é de responsabilidade municipal, com o acompanhamento e monitoramento do Estado e investimentos federais. “A atenção básica envolve criança, mulher, homens e idosos. Estudos mostram que 85% da demanda de saúde de qualquer população deste planeta devem ser atendidas na atenção básica e apenas 15% demandam atendimentos de média e alta complexidade. Isso significa dizer que, se eu tiver uma atenção básica implementada com qualidade, baseada em boas práticas, é possível ter uma população com saúde”, completou.
Programação
No primeiro dia, dois representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Maria José Evangelista e Fernando Barros Cupertino, falaram sobre “A política do SUS e o financiamento da Atenção Primária”. Os debates nesta sexta-feira seguirão com as palestras sobre “Política de Atenção Integral à saúde de pessoas privadas de liberdade no sistema prisional”, com Marden Marques Soares Filho; “PMAQ: avaliação externa como dispositivo de mudanças”, com Érika Bárbara Tomaz e Dirceu Klitzbe; e “Mortalidade materna e infantil e a importância da gestão da informação”, com Juan Jose Cortez Escalante e Paulo Germano de Frias.
Durante o dia, em salas paralelas, outros 18 temas serão discutidos: “Pré-natal: acesso ao cuidado e pré-natal do homem”, “Saneamento e sua importância para a Atenção Primária e monitoramento das doenças diarréicas agudas”, “Atenção nutricional no contexto da Atenção Primária”, “Teste rápido para HIV/Aids, sífilis e hepatites virais e sua contribuição na redução da mortalidade infantil”, “O adolescente no contexto da Atenção Primária”; e “O papel do controle social na Atenção Primária”.
Publicado em: Governo
Esse tipo de ocngresso deveria acontecer mais vezes. Creio que duas ou tres vezes por ano. As puliticas publicas dentro da área de saúde devem avaliadas, tanto na questão esrtutura atendiemnto quanto qualidade médica.