Desde que vim morar em São Luís, um dos meus passeios prediletos era andar aos domingos, no fim de tarde, pelo Centro Histórico de São Luís. Ano de 1995, eu ficava encantado com as praças, ruas, casarões, Igrejas e o Projeto Reviver. Nessa época o acervo patrimonial riquíssimo já vinha agonizando e passei a escrever artigos – publicados em todos os jornais de São Luís – sobre esse abandono.

Uma luta em vão!!! Ontem (16), fiz o passeio que sempre tinha como prazeroso e voltei muito decepcionado. E aí eu passei a me questionar: “Por que os seres humanos são tão hipócritas? Vejo uma luta bestial por um fantasioso parque arqueológico tudo pela politicagem, porém não vejo sequer um representante desse povo lutar por esse riquíssimo acervo patrimonial, que traduz o verdadeiro sentido do “Belo”. Afinal, por que os ludovicenses não amam esse patrimônio?

Sinceramente, busco todo tipo de alternativa para compreender o modo de pensamento daqui e não consigo chegar a nenhuma conclusão.

Para quem sabe contemplar o verdadeiro sentido do “Belo” e saber a necessidade manter a história da humanidade viva, sabe da tristeza que sinto ao ver o desprezo com um acervo que não é somente dos ludovicenses, mas sim da humanidade!!!

A última vez que tinha feito esse passeio foi no dia 08 de abril de 2012 e fiz o artigo “As praças de São Luis agonizam…”, quando visitei as praças, eu voltei para casa muito triste com que vi, mas hoje a minha tristeza foi bem maior em todos os sentidos.

Vamos ao texto:

Já por diversas vezes escrevi artigo sobre as praças de São Luís e sempre questiono se elas são ou não patrimônio histórico da humanidade. Será que o poder público nunca se preocupou em mantê-las prazerosas? O ludovidence não merecia ganhar as lindas praças que antes embelezavam São Luís?

São Luís em si merecia há muito tempo ser reconhecida, por ser uma cidade que preservou ao longo dos anos sua arquitetura dos séculos XVII ao XIX. Porém é verificado que não existe uma política para preservação desse acervo, gerando, com isso, uma preocupação muito grande para aquelas pessoas e instituições que tentam manter e/ou resgatar a originalidade desse fabuloso acervo e, principalmente, os costumes dos habitantes dessa Ilha.

Nesse acervo arquitetônico, são as praças que vem perdendo suas originalidades, suas magnitudes, seus romantismos e, principalmente, a visitação que dantes era grande. Digo tudo isso, porque conheço aqui e lá fora, mesmo as bem retiradas ou ocultas, muitas praças oponentes ou pobres, que poderiam também fazer parte do acervo histórico do Brasil, aonde se verificam um cuidado com a sua originalidade, limpeza, jardinagem, cuidado e muito interesse dos governantes municipais, porque nelas é que as pessoas, principalmente pelas manhãs e fins de tardes, se reúnem para aquele bate-papo amistoso e descontraído, bem como a criançada nos feriados e fins de semana, para brincar ou fugir da monotonia que, às vezes, o nosso próprio lar nos faz.

E se, de fato, são tão úteis assim ao ser humano, porque as de São Luís estão desprezadas? Isto é uma vergonha! Mais vergonhoso ainda é o povo aceitar calado tal absurdo, sem que ninguém se manifeste, de forma verbal ou escrita, para reclamar da autoridade responsável o cumprimento da sua obrigação. Vamos, portanto, reclamar mais!!!

Da forma que estão sendo tratadas, elas perderão por completo o sentido de existência, como um lugar prazeroso e de lazer, propício para aliviar a tensão ou pressão daquelas pessoas cuja vida agitada dos tempos modernos é a sua principal causa. Como deixarão, também, de acolher ao seu recinto, aquelas mesmas pessoas que as procuram no dia-a-dia, porque, na situação em que estão não oferecem mais nada de atrativo ou de beleza que possa ser admirado ou contemplado.

Cuide delas, portanto, Senhor Prefeito, porque o povo necessita delas para sentir o quanto elas são importantes para a descontração, para os seus encontros e, principalmente, para o lazer de modo geral.

  Publicado em: Governo