Simplesmente serviu para os politiqueiros!!! Rio+20 decepciona ao não traduzir discursos para a prática

Publicado em   24/jun/2012
por  Caio Hostilio

Terra

Enquanto ambientalistas e ONGs faziam protestos pedindo aos chefes de Estado que apresentassem propostas mais ambiciosas ao documento final da Rio+20, o que se viu no Rio de Janeiro nos três dias da cúpula dos líderes foi uma sucessão de discursos para exaltar seus governos e criticar opositores. O texto de 49 páginas intitulado “O Futuro que Queremos” foi aprovado no final da tarde de sexta-feira sem nenhuma objeção.

O líder das negociações em torno do documento, que apresenta as propostas para promover o desenvolvimento sustentável nas próximas décadas, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, já havia alertado os setores mais críticos de que a reunião dos chefes de Estado seria apenas uma formalidade. “Eles não vieram ao Rio de Janeiro para analisar um texto feito pelos burocratas, e sim para fazer discursos, apresentar posições políticas e avançar em encontros bilaterais”, disse em uma coletiva à imprensa.

Um dos maiores opositores ao que considerou de fracasso total, o diretor-executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, afirmou ao Terra que, apesar da pressão da sociedade, não tinha esperanças em um avanço na última hora. “Os presidentes não têm a menor condição de discutir isso. Foram as delegações dos seus países que aprovaram o texto da forma como está”. Segundo ele, o documento não apresenta nenhuma meta, apenas termos burocráticos. “Tudo o que defendíamos sobre metas, números e compromissos desapareceram. A única coisa que temos hoje é uma promessa de um processo, que poderá ser desenvolvido até 2015”.

A embaixadora brasileira Maria Luiza Viotti concorda que os avanços vão depender de discussões até 2015. “Para estabelecermos os objetivos do desenvolvimento sustentável precisamos colher subsídios técnicos, científicos, de um relatório que aponte o que realmente precisa ser feito. Hoje não temos esses dados sobre a água, sobre oceanos. Até temos alguma coisa sobre energia, mas ainda é pouco. A construção de toda essa base será trabalhada posteriormente entre a ONU, a academia e a sociedade civil. Ainda temos muita luta pela frente”, disse a embaixadora ao destacar que o arcabouço técnico será discutido entre os países durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, ainda este ano.

  Publicado em: Governo

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