Adriana Caitano
A Câmara dos Deputados tem em mãos a tarefa de decidir se o Congresso Nacional vai economizar R$ 31,7 milhões por ano ou continuará dando aos 594 parlamentares — 513 deputados e 81 senadores — uma mordomia que não chega ao bolso de nenhum outro trabalhador brasileiro. O projeto de decreto legislativo que extingue o 14º e o 15º salários dos parlamentares do Congresso, aprovado no Senado na semana passada, ainda não começou a tramitar oficialmente na Câmara, mas o comportamento dos deputados federais diante da mordomia histórica revela a dificuldade que a proposta pode ter para avançar. De acordo com a Secretaria de Imprensa da Casa, dos 513 deputados, somente seis abriram mão oficialmente do benefício — e ainda são malvistos por alguns dos 507 que ainda não tomaram a iniciativa.
O líder do PSDB na Casa, Bruno Araújo (PE), afirmou ao Correio que a bancada é favorável ao fim da remuneração extra e vai pressionar a Mesa Diretora a acelerar a votação do tema. “Vamos usar de todos os artifícios para diminuir ao máximo o tempo para que essa proposta seja aprovada”, assegurou. O curioso, no entanto, é que os partidos de oposição têm apenas um representante na lista dos que se isentaram de receber dois salários a mais.
Publicado em: Governo