O projeto de decreto legislativo que acaba com o pagamento do 14º e do 15º salários a parlamentares, aprovado na última quarta-feira no Senado, chega hoje à Câmara dos Deputados, após revisão. Um grupo de técnicos deve avaliar para quais comissões o texto será encaminhado na Casa. O mais provável é que passe pelos colegiados de Constituição e Justiça (CCJ) e Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), levando em média dois meses para tramitar em ambas. Noentanto, se houver vontade política, o projeto pode ser encaminhado diretamente para o plenário e ser votado em menos de 15 dias.
A ideia de encurtar o caminho da proposta na Câmara deve ser definida pela Mesa Diretora. A pressão pode partir também dos próprios partidos, que afirmam ainda não ter discutido o tema. O deputado Bruno Araújo (PE), líder do PSDB, prometeu levar o assunto à bancada em reunião hoje. “É um assunto importante que precisa ser discutido”, destaca.
O deputado Reguffe (PDT-DF), primeiro parlamentar a abrir mão da mordomia, subiu à tribuna do plenário ontem para elogiar a série de reportagens do Correio sobre o assunto. “Quero aqui fazer um registro e parabenizar o jornal Correio Braziliense, um jornal aqui do Distrito Federal, que está travando uma cruzada importante para moralizar a vida pública deste país, que é a luta pelo fim dos 14º e 15º salários”, comentou. “Considero essa uma luta importante. (…) O projeto aprovado no Senado ainda não atinge o objetivo correto, porque ele ainda concede um salário extra no início da Legislatura e um no fim, quando, na minha opinião, um parlamentar deveria receber apenas 13 salários, como qualquer trabalhador.”
Em março, o Correio revelou que não havia desconto de Imposto de Renda sobre os dois salários extras pagos aos senadores. O custo com a mordomia para o Senado, nos oito anos de mandato dos parlamentares, é de R$ 34,6 milhões. A Câmara dos Deputados gasta, em quatro anos, R$ 109,6 milhões.
Publicado em: Governo