Denuncismo sem consistência…

Publicado em   04/maio/2012
por  Caio Hostilio

É… Luis Nassif quando li o seu belíssimo texto “Em xeque o poder de escandalização da mídia”, publicado no 22/12/2011, fiquei imaginando como o achismo e o senso comum ainda é algo que supera todas as expectativas até daqueles que estudaram para mensurar o que tem de fato sentido e o que não passam de palavras ao vento.

Você iniciou dizendo que um dos desdobramentos mais interessantes do caso “A Privataria Tucana” é o questionamento de uma das grandes fontes de poder da velha mídia: a capacidade de provocar inquéritos no Ministério Público e nos órgãos de controleem geral. Emepisódios recentes, o procurador geral da República abdicou do ato de avaliar denúncias, terceirizando o julgamento para a mídia. Tem preferência o fato tratado com mais estardalhaço. Na prática, significou transferir para a o editor uma prerrogativa que deveria ser exclusiva do MP. E para uma mídia que há muito tempo abriu mão de qualquer rigor na apuração de matérias.

Agora, vejo vir à tona todas essas falsas denúncias, cujo objetivo era somente o de procurar provocar uma investigação, mesmo não havendo provas suficientes e comprobatórias para tal. Será que os integrantes dos órgãos fiscalizadores desse país são mal preparados? Ou será que a mídia subestima a inteligência de todos, mesmo sabendo que desconhece por completo os ditames administrativos/contábeis/econômicos que regulamentam as gestões públicas? Eis a questão!!!

Você, Nassif, acerta ao dizer que em grande parte, esse movimento decorre do desconhecimento do(s) Procurador(es) Geral(ais) sobre a qualidade intrínseca das matérias e denúncias mas, principalmente, sobre a lógica comercial e política por trás das matérias.

Ora bolas!!! Ao observar algumas denúncias, principalmente as licitatórias, verifica-se que a mídia não sabe mensurar quando o contrato é Global ou Estimativo, gerando, com isso, uma denúncia completamente sem consistência, sem fundamento, sem conhecimento em administração pública e na Lei 8666, ainda mais quando a modalidade do contrato foi através de Pregão.

Contudo, fico preocupado quando você disse que o MP e os órgãos de controle, em geral, continuaram aceitando o jogo do denuncismo, sem cumprir sua função de analisar a consistência ou não das denúncias. Virou manchete? Bastava para virar denúncia. Em vez de tratarem a informação como passo inicial para a formação de juízo, passaram a aceitar os critérios de valoração do editor. E isso na fase de menor comprometimento com fatos que se tem na história da mídia contemporânea.

Com isso, Nassif, eu não posso deixar de concordar com você: “A lição que fica é a necessidade do Judiciário, Congresso e Ministério Público se aprofundarem mais no tema, montar seminários sobre mídia abrindo espaço para o contraditório, ter capacidade de separar os fatos comprovados das matérias de aquário, denúncias sólidas das ficções e esquentamentos.”

  Publicado em: Governo

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