Afinal, por que não colocar um educador na educação?

Publicado em   18/abr/2012
por  Caio Hostilio

Leio notícias sobre mudanças na Secretaria de Educação do Estado… Algumas dão conta de que tanto a atividade fim quanto a meio estão fora de eixo e/ou sintonia. É preciso que a atividade fim (Educação) esteja realmente disposta a mudar de fato os rumos e os vícios deixados ainda pelos ditames da lei educacional da Ditadura Militar… Debatem sobre tudo, porém nunca ouvi ou vi um debate sobre qual linha pedagógica seria adotada pela rede estadual de ensino… Como querem qualidade no ensino/aprendizagem?

A atividade meio, que deveria dar suporte a atividade fim, é simplesmente uma lástima. Cheia de vícios e retrógada aos avanços que a atividade fim precisa ter para progredir…

Não temos então que nos surpreender com a educação sem qualidade na rede pública de ensino. Na verdade, tanto no Brasil quanto no Maranhão é preciso que se faça uma reflexão sobre o que querem de fato fazer com a educação.

Não vejo no secretário Bringel, mesmo não sendo ele um educador, o problema naquela secretaria, mas sim os técnicos que estão ali há décadas e não conseguem ao menos se afastar um pouco dos males da lei 5692/71, com sua linha pedagógica tecnicista perversa… Linha essa que o corpo docente não consegue  estimular o aluno a encontrar meios para aprender, pois esse corpo docente tem em mente que numa sala de aula exista uma hegemonia na aprendizagem, quanto à verdade é outra, pois a heterogeneidade faz parte do cotidiano dos seres humanos. Numa sala de aula com 40 alunos, nem todos assimilam as práticas utilizadas pelo professor.

No dia 09 de março de 2011, postei aqui o artigo “A educação e suas complexidades”, onde gostaria que os dois últimos parágrafos fossem lidos e refletidos:

É preciso que a presidenta da República Dilma e os governadores passem a observar que existem educadores ultrapassados no comando e que já se perderam no tempo, principalmente aqueles que ainda acham que o tecnicismo ainda é um bom mecanismo de ensino/aprendizagem, quando na verdade eles já não servem de parâmetros, talvez porque não conseguem entender que não vivem mais num regime militar e sim numa democracia.

Os educadores mais novos, por sua vez, não podem transformar a escola num lugar de luta partidária política e nem tampouco induzir ninguém aos seguimentos preferenciais. Educação se faz mostrando todos os pensamentos científicos existentes, sem que o docente seja um estimulador para que o aluno siga sua linha de pensamento, coisa antiética e imoral para uma consolidação de uma democracia, como o questionamento crítico, o livre arbítrio e o direito de escolha.

Quanto às demais mudanças, caso ocorram, Planejamento/Administração, além da escola do novo secretário de Cultura do Estado, vejo que a divisão das pastas de Planejamento da de Administração se faz necessária, haja vista que as duas áreas são complexas e precisam ter secretários distintos, porém em sintonia.

A pasta de planejamento em conjunto com a de administração causa uma espécie de intriga interna, uma vez que a de planejamento sempre falará mais alto e engolirá a de administração, que ficará restringida as convergências tecnocratas de quem planeja.

Já em relação à escolha do secretário(a) de Cultura… Em minha opinião, tem que ser alguém que de fato conheça as mais diversas manifestações culturais do Estado, seja ligado à literatura, ao teatro, ao cinema, a música… Enfim, alguém com um perfil artístico/intelectual e que ao mesmo tempo esteja ao lado das manifestações culturais do povo.

  Publicado em: Governo

4 comentários para Afinal, por que não colocar um educador na educação?

  1. Movimento Democrata Livre de São Luis e Movimentos Sociais disse:

    nobre blogueiro. enquanto professor, acredito que um Educador compromissado com a Educação Publica DE QUALIDADE a frente da Seduc-MA, com a revolução que implementaria no Setor, iria contrariar em primeiro lugar, uma grande maioria de “diretores” apadrinhados de deputados; e em segundo lugar o interesse daqueles politiqueiros espalhados ou morndo na capital mas que tem suas “bases” nos nossos 217 municipios eleitoreiramente, todos beneficiados atraves dos efeitos da precariedade com que os “trabalhos” supostamente “educacionais” desse modo continua sendo prestado por essa comandita que tem gestado e gesta a Seduc que está aí.

  2. Fernando disse:

    Caio, a realidade da nossa Educaçao Publica infelizmente nao nos enche de alegria. Estamos carentes de gestores que realmente estejam compromissados com a bandeira “Educação”. A escolha de pessoas para comandarem essa e outras tantas pastas importantes continua sendo politica. Na maioria das vezes o cidadao nao sabe absolutamente nada, completamente leigo no assunto ou desprovido de qualquer esforço para tentar mudar alguma coisa. Nem todos que possuem o perfil técnico ideal possuem o perfil politico partidario para ser aceito. Temos pessoas super capacitadas e tarimbadas em diversas áreas, com condiçoes de melhorar bastante os nossos indicadores, mas que ficam de fora desse plano. Espero ver dias melhores para esta tao importante e valiosa area que é a Educaçao e de qualidade.

    • Caio Hostilio disse:

      O problema Fernando é que todos se acham educadores e pensam que sabem das deficiências e quais são as necessidades para saná-las…

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