E aí, vai dá em alguma coisa? Lewandowski é designado relator do inquérito contra Demóstenes Torres

Publicado em   29/mar/2012
por  Caio Hostilio

Jornal do Brasil

Caberá a Lewandowski decidir sobre o pedido feito ontem pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo.

Demóstenes Torres, além dos deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), foi citado em relatório da Polícia federal durante a operação Monte Carlo, deflagrada no mês passado, quando Cachoeira foi preso.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pediu afastamento na tarde de terça-feira da liderança do Democratas no Senado. Enfraquecido pelas denúncias de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso recentemente pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), Demóstenes vem sendo pressionado pelo próprio partido para que apresente explicações sobre o caso.

Por meio de carta-ofício encaminhada ao presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), Demóstenes justifica o afastamento para que “possa acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”. Na última sexta-feira, uma reportagem de um jornal carioca apontou que gravações da Polícia Federal indicam que o senador pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais a Cachoeira. Conforme o jornal, mesmo recebendo relatório em 2009, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não tomou providências para esclarecer o caso. O documento aponta que os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) também mantinham ligações suspeitas com Cachoeira.

Mais cedo, o presidente do DEM, Agripino Maia havia admitido que o partido está desconfortável e poderá expulsar da sigla Demóstenes, caso a Procuradoria Geral da República (PGR) apresente denúncias com “elementos fortes e claros” contra ele.

“Dependendo das gravidades e qualidades da denúncia, (…) o partido já tem atuação pretérita em cima de fatos como esses que estão mencionados. O Democratas é um partido que zela pela ética”, disse, ao ser questionado se a sigla pouparia a Demóstenes.

Ao responder questionamentos de jornalistas no Congresso Nacional nesta manhã, Agripino explicou que a situação é incômoda dentro do partido devido ao silêncio da PGR, o que gera dúvida no Senado Federal, cria desconforto para demais senadores e impossibilita a defesa de Demóstenes.

“A dúvida gera o incômodo, (..) é preciso dar o direito do contraditório. Tudo isso deve ser posto às claras para se dar ao senador o direito de se defender e apresentar justificativas que ele deve ter”, disse. “A PGR dispões de todos os elementos que precisa. Que esses elementos sejam expostos e o processo de investigação seja instalado, ou não. Acho que o Senado todo, que vive momento de constrangimento, aguarda pronunciamento da PGR.”

Na tribuna do Senado, Demóstenes se defendeu afirmando que não é investigado por nenhum crime ou contravenção e que a violação do seu sigilo telefônico não obedeceu a critérios legais. Apesar disso, o senador não negou que conheça Cachoeira, nem que tem uma relação próxima com o bicheiro. Nos bastidores, o mais cotado para assumir a liderança do DEM é o senador Jayme Campos (MT).

 

  Publicado em: Governo

2 comentários para E aí, vai dá em alguma coisa? Lewandowski é designado relator do inquérito contra Demóstenes Torres

  1. Fernando disse:

    Acredito que deva acontecer alguma coisa, nao tudo como se imagina. A força que a midia tem hoje Caio é algo espantoso. Voce vê como ficou a situacao dele em menos de 3 semanas. Juridicamente ele nao esta ruim ruim, o proprio advogado dele vem relatando isso, a legislaçao oferece inumeras brechas, mas moralmente ele se detonou. Com relacao ao ministro, eu realmente nao imagino muito que ele tratara o caso com morosidade como tem feito no caso do mensalao. Acho que ele (Demostenes) nao tem como costurar um acordo, ou força politica para livra-lo, voce me corrige se eu falei algo sem fundamento. Abraco

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