Sem opinião… Comissão do novo Código Penal amplia regras para aborto legal e eutanásia

Publicado em   10/mar/2012
por  Caio Hostilio

Ed Ferreira/AE

BRASÍLIA – A comissão de juristas nomeada pelo Senado que elabora o anteprojeto de lei de um novo Código Penal aprovou ontem um texto que propõe o aumento das possibilidades para que uma mulher possa realizar abortos sem que a prática seja considerada crime. O anteprojeto também contempla modificações que atingem outros crimes contra a vida e a honra, como eutanásia, estupro presumido e infrações graves de trânsito.

A principal inovação na legislação sobre aborto é que uma gestante poderá interromper a gravidez até 12 semanas de gestação, caso um médico ou psicólogo avalie que ela não tem condições ‘para arcar com a maternidade’.

A intenção é a de que, para autorizar o aborto, seja necessário um laudo médico ou uma avaliação psicológica dentro de normas que serão regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina. ‘A ideia não é permitir que o aborto seja feito por qualquer razão arbitrária ou egoística’, afirmou Juliana Belloque, defensora pública do Estado de São Paulo e integrante da comissão. No entanto, abre tantas possibilidades que deve virar uma batalha política no Congresso.

A comissão está preocupada em dar guarida a mulheres em situações extremas, como adolescentes e mulheres pobres com vários filhos. ‘A ideia não é vulgarizar a prática, é disseminá-la de maneira não criteriosa’, disse Juliana, para quem o aborto é uma questão de saúde pública – 1 milhão mulheres realizam a prática clandestinamente por ano no País.

O anteprojeto também garante às mulheres que possam interromper uma gestação até os dois meses de um anencéfalo ou de um feto que tenha graves e incuráveis anomalias para viver (veja quadro).

A aprovação da matéria foi até tranquila, uma vez que apenas um pequeno grupo de entidades religiosas estava presente à sessão. O grupo, com cartazes contrários ao aborto, chamaram os juristas de ‘assassinos’ tão logo foram aprovadas as mudanças. Mas em seguida se retiraram da comissão.

Revisão. O texto final deverá ser entregue ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em maio, após uma revisão dos tipos penais já alterados e também a inclusão de novas condutas criminalizadas, como o terrorismo.

‘Não é um texto criminalizador’, afirmou o procurador regional da República Luiz Carlos Gonçalves, relator da matéria. Caberá a Sarney decidir o que fazer com as sugestões dos juristas. Ele poderá enviar um projeto único para ser discutido nas comissões do Senado.

‘Estamos diante de uma cultura que quer legalizar o aborto a qualquer custo’, afirma Dóris Hipólito, da Associação Nacional Mulheres para a Vida. Ela afirma que aprovar o aborto quando há recomendação médica ou psicológica equivale a aprová-lo em qualquer situação. ‘É fácil encontrar profissionais que recomendam o aborto mesmo sem qualquer justificativa.’ Dóris recorda a história de uma gestante que tinha sopro no coração e recebeu recomendação para interromper a gestação.

‘As avaliações sobre a condição psicológica são ainda mais subjetivas’, afirma Dóris. ‘Atendemos dezenas de gestantes em situação vulnerável. Falo por experiência: abortar não soluciona nenhum problema. Só torna o drama ainda pior. Vi jovens que, ao receberem o apoio adequado, reconstruíram suas vidas quando se tornaram mães. O Estado deveria oferecer esse apoio.’

O obstetra Thomaz Gollop considera as propostas um grande avanço. Ele participou, como médico, da audiência pública para discutir as alterações nos artigos. ‘O abortamento inseguro é a quarta causa de morte materna no País’, afirma Gollop.

Perdão. O anteprojeto traz outras importantes modificações para os crimes contra a vida e a honra. Entre elas, a eutanásia – prática que atualmente é enquadrada como homicídio comum, com penas que poderiam chegar a 20 anos de prisão – ganharia um tipo penal próprio. Teria como pena máxima 4 anos de detenção. Sua realização, entretanto, poderia ser perdoada caso fique comprovado por dois médicos que o paciente, acometido de doença grave e com quadro irreversível, esteja sendo mantido vivo artificialmente.

Os juristas também sugeriram alterações para reduzir a idade mínima do crime de estupro presumido. A idade cairá de 14 anos para 12 anos, atendendo ao previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A comissão ainda decidiu que não será mais crime ser dono de casa de prostituição.

Para dar conta dos crimes de trânsito, os integrantes da comissão sugeriram criar a figura da culpa gravíssima no Código Penal. Por ela, quem for pego dirigindo embriagado ou participando de racha em via pública poderá ser preso por até 8 anos.

Nesse ponto, a comissão estuda avançar ainda mais. Estudam, por exemplo, dar fé pública para um guarda de trânsito para atestar a embriaguez de um condutor. Caberia nesse caso ao motorista atestar que está sóbrio fazendo o teste do bafômetro.

Outra mudança sugerida pelo anteprojeto foi aumentar as penas para crimes como calúnia, injúria e difamação (mais informações nesta página).

‘Hoje, em termos de comissão, talvez nós tenhamos aprovado as matérias penais mais polêmicas para a sociedade’, afirmou o presidente da comissão, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp.

  Publicado em: Governo

4 comentários para Sem opinião… Comissão do novo Código Penal amplia regras para aborto legal e eutanásia

  1. Luis carlos da silva disse:

    Caio.

    Eu não sou contra o aborto, poia sou afavor da VIDA. Tirar avida de ser que ainda não pode se defender através do aborto é um assassinato de um NATIVIOVO que ainda não viu acor do mundo do acordo com a pequenês dos ìmpios eÍniquos, aborto verdadeiro assassinio dos inocentes que são sacrificados muitas vezes pelo egoímo dos que se dizem cristãos, haja EGO prá ser inflado dos dito cristãos.

  2. Luis carlos da silva disse:

    Caio.

    Continuo no mesmo DIAPASÃO, sem falso moralismo, pois também sou um pecador buscando meu aperfeiçoamento moral através da minha transformaçao interior que no o espiritismo fala-se a REFORMA ÍNTIMA. O que eu também acho abjeto é esta tal de Eutanázia, pois ninguém temo direito de abreviar a vida de ninguém,pois este ato só a DEUS pertence, pois quem sabe das possibilidades de vida seja do doente terminal ou de qualquer naturze é DEUS sendo assim deixa avida seguir pois milagres não existem mas justiça divina sim. Hoje no mudo da medicina existem grupos de médicos chamados PALIATIVOS, e estes pregam uma saída para doentes yerminais como eles classificam tirando os aparelhos e mandando-os para suas casas so balela mesmo isto é custo sendo cortado inclusive na áreada saúde gartuita se é que ele é gratita ou se é paga com nosso dinheoro,pois nada é de graça no serviço público todo é pago com nossos miseros impostos tirados na fonte dos nossos salãrios,pois empresa, ou pessoa jurídica não paga imposto reclolhe contribuições sociais, sendo assim…….

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