Eu me convenci que a maioria dos problemas e das mazelas humanas é decorrente das omissões. A negligência, a omissão, o não fazer causam uma grande confusão. 

As mães sempre reclamam dos filhos dos atos que não fazem: não limpam o quarto, não ajudam em casa, não vão à missa…  Os professores sempre reclamam dos alunos, que não fazem silêncio, por exemplo. E os alunos, por sua vez, dos professores. O marido reclama da omissão da esposa e esta do que o marido não conseguiu a ela.

A oposição reclama do que não fez o governo. E o governo diz que estão sonegando impostos, sujando as ruas, não respeitando as leis de trânsito… E o povo xinga governo e oposição… Vai entender!!!

Caros leitores, eu vivencio isso há… Sei lá!!! Só sei que tenho 52 anos… Há 4 anos escutei um chavão: “Agora Vai”… Cara, eu tinha 48 aninhos!!! Agora, me volto a “Deus” e digo: “Senhor, porque faz 4 anos e meu bem-estar nessa cidade nada mudou? Por que essas mudanças não aconteceram se “Agora ia”?

Nós, reles mortais, nem expulsos do paraíso fomos. Somos uma geração que não teve direito ao paraíso, rios de iogurte e 72 virgens, como prega a doutrina Muçulmana. 

A cada 4 anos avistamos o que nos contam ser um caminho ao paraíso. São anos eleitorais, os quais o Éden nos mostra que tudo pode ser melhor, mais bonito e suave; mas no fundo, sabotamos esse caminho. Silenciamos o desejo de mudança. Omitimos o interesse coletivo. Não pensamos no outro e na coletividade para, votarmos por nossos próprios interesses: emprego, promessas, tolices. Não fazemos como Adão deveria ter feito a Deus, questionado sua decisão, o motivo, o porquê, a razão. O “Agora Vai” foi pro brejo!!!

Nesse início de ano, meu convite é para que falemos mais, incomodemos mais, sejamos mais pró-ativos, politicamente, na comunidade, na sociedade, na vida. 

Vão nos prometer o Paraíso. E devemos perguntar sempre, com uma rebeldia incansável: “Como sabe o Senhor que esse é o caminho?”

As portas de uma eleição municipal, os candidatos começam a mostrar o caminho para o Éden. E aí, vai ficar calado?

  Publicado em: Governo