A exoneração do secretário nacional de Futebol, Alcino Reis Rocha, publicada na última segunda-feira no Diário Oficial, expõe os atritos existentes na relação do atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com o seu partido, o PCdoB. Alcino pediu para deixar o cargo por achar que estava na “geladeira” desde a saída de Orlando Silva do comando da pasta.
Foi justamente essa proximidade do agora ex-secretário com a gestão anterior que incomodava Aldo. E, a cada vez que o atual ministro decide mudar uma peça no órgão, os comunistas se inquietam e reclamam das alterações.
Outro integrante do alto escalão esportivo que está em situação delicada na pasta é o secretário nacional de Esportes de Alto Rendimento, Ricardo Laser. A exemplo de Alcino, Laser também é muito ligado a Orlando Silva. Mas interlocutores do ministério afirmaram que a situação ainda não está definida, e não se deve descartar a hipótese de que ele venha a ser mantido no cargo, já que ocupa um posto-chave na preparação do Brasil para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Quando assumiu a pasta, em 31 de outubro passado, Aldo recebeu um recado explícito da presidente Dilma: teria liberdade para montar a equipe de trabalho, desde que buscasse preencher os cargos com nomes competentes. Incomodava ao Planalto o “clima jovial” do Ministério do Esporte durante a gestão de Orlando Silva. “Aquilo lá parecia uma reunião da União da Juventude Socialista”, lembra um assessor de Dilma — Orlando e vários integrantes do PCdoB que atuavam ou ainda trabalham no ministério começaram a vida política na União Nacional dos Estudantes (UNE).
Aldo comprou a briga e foi buscar no mercado nomes à altura do desafio que topara assumir. As primeiras indicações surpreenderam positivamente Dilma. Aldo chamou para a Secretaria Nacional do Esporte o ex-almirante e diretor da empresa Bunge, Afonso Barbosa.
Aliados do ministro afirmam que os movimentos de Aldo não representam um rompimento com o PCdoB. Alegam que ele é um quadro histórico, fiel ao partido, mas que, em diversos momentos, tem uma trajetória política autônoma, diferente de seu antecessor, Orlando Silva, cujos passos e ações eram mais “organicamente” ligados ao partido. Aldo ainda apresenta uma visão mais administrativa e menos partidária do ministério, o que acaba provocando ciúmes nos correligionários.
Olha que a faxina que Aldo vem fazendo é de tirar o chapéu!!! O que tinha “camarada” nomeado ganhando uma grana preta sem trabalhar não estava no gibi!!!
Publicado em: Governo