Não interessa se a notícia é importante para coletividade, o negócio é dar o furo em primeira mão… Ex.: “homem roubou laranja na feira e deixa a faca que usaria para descascá-la”, isso é de interesse da coletividade? “O filho do deputado fulano de tal estava bêbado numa boate”… E eu com isso? “Deputados estavam na Zero Um”… E daí? Se o jornalista que está dando a notícia estava lá também!!!
Todos sabem da força do jornalismo hoje e não deixaria de usá-lo para atingir seus intentos, objetivos… Imbecil daquele que acha que existe a imparcialidade no jornalismo… Isso nunca existiu, visto que é do ser humano escolher um lado a seguir. Por outro lado, vivemos num mundo capitalista e o jornalismo não poderia ficar fora, ainda mais sabendo das jogadas sórdidas no campo político, empresarial, industrial, esportivo e comercial em que vive o mundo atual. Por que o jornalismo teria que ficar de fora?
Contudo, vale ressaltar que o jornalismo não perdeu seu lado informativo e opinativo, isso dentro de sua linha editorial, pois é como já falei acima: “não existe imparcialidade”.
Não pode levar a sério tudo que uma fonte diz, às vezes é preciso buscar mais informações e até documentos comprobatórios, pois não se sabe quais interesses estão por trás. Quando é dada com um sentido opinativo pelo jornalista, ela toma um cunho mais verdadeiro, pois é a opinião de um profissional que vive os meandros dos bastidores políticos, porém quando coloca apenas como informação, perde um pouco a veracidade e passa a ser vista como fogo amigo ou algo como fofoca…
Você vai fazer uma fofoca, mas se o cara não entender e levar como informação, você passou a mensagem errada. Informação não é entretenimento.
Sobre a velocidade das notícias nessa nova era digital, é necessário apurar muito bem as informações. Em minha opinião, nada contra o furo, mas vale ressaltar: mais importante do que dar a informação mais rápido é dar a informação mais certa.
Sabe quem melhor definiu o jornalismo nos últimos tempos? Foi Heródoto Barbeiro com a frase: “Não se faz jornalismo sem se fazer vítimas”
O jornalista Heródoto Barbeiro é apresentador de jornal na TV Cultura e na Rádio CBN. Ele num debate também usou uma frase do editor da revista Carta Capital, Mino Carta: “A grande imprensa é uma porcaria inominável”. O escritor norte-americana Mark Twain, morto em 1910 e autor de livros como “Tom Sawyer” e “O Princípe e o Mendigo”, também foi lembrado pela frase: “Jornalismo é separar o joio do trigo. E publicar o joio”.
Heródoto comparou o jornalismo ao enigma da Esfinge, monstro que atemorizou o reino de Tébas. Quem não conseguia decifrar o enigma era devorado pelo monstro que tinha cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia. Heródoto afirmou que quem não consegue entender a imprensa é devorado por ela, fazendo referência ao “Decifra-me, ou devoro-te” da Esfinge.
A situação de vítima, no entanto, para o jornalista, não se confunde com a promoção de injustiças. Elas (as injustiças) acontecem quando o jornalismo não é isento.
Heródoto diz que a isenção não significa imparcialidade, que não existe no jornalismo. “Não existe imparcialidade na nossa profissão. O jornalista é sempre parcial, porque ele não consegue descrever os fatos sem colocar uma dose do que ele pensa, do que ele sente”.
Heródoto Barbeiro, com toda sua sapiência, disse, ainda: “o jornalismo deve ser o exercício diário da inteligência, e a prática diária do caráter”.
Publicado em: Governo
[…] venho chamando a atenção para isso a tempo. No dia 02 de janeiro de 2012, publiquei o artigo “Jornalismo… Resumiu-se em furo e fonte???”, mostrando pontos que muitos deveriam ter prestado a […]
[…] venho chamando a atenção para isso a tempo. No dia 02 de janeiro de 2012, publiquei o artigo “Jornalismo… Resumiu-se em furo e fonte???”, mostrando pontos que muitos deveriam ter prestado a […]