No dia 28 de abril, postei nesse blog a matéria “As vantagens e desvantagens em criar novos estados e mais municípios!!!”. A repercussão foi muito grande no Estado do Para, onde houve 40 comentários, muitos dos quais recentes, como o que se segue abaixo:

Eliana Lima says:

dezembro 2, 2011 at 18:37

Sr. Caio Hostilio podes me dizer quais são as vantagens da NÃO divisão do Estado?
Porque até agora não vi nenhuma vantagem que me faça “votar 55″. O quer falam nas propagandas é só na riqueza que vaão ter que repartida e tal, só reclamando. Preciso de vantagens mais convincentes. Entendi?

Responder

Caio Hostilio says:

dezembro 2, 2011 at 19:30

Farei uma matéria sobre isso…

A matéria que fiz foi baseada num discurso do senador Mozarildo Cavalcante, que com muita propriedade discorreu sobre as vantagens de dividir estado do Pará.  Segundo o senador, cada um dos três entes tem praticamente o tamanho das regiões Sul e Sudeste juntas, o que dificultaria seu desenvolvimento. Mozarildo pediu agilidade, na época, para que a Câmara agilizasse a aprovação do plebiscito no Pará, além da criação do Araguaia, na parte do norte de Mato Grosso e até a divisão do Amazonas.

Primeiramente, devem-se analisar as questões territoriais e se administrativamente e economicamente serão viáveis:

Como os recursos constitucionais serão divididos, sem acréscimo pelo governo federal, é necessário que se faça estudos aprofundados, que seja bom para ambos os lados, para o estado-mãe e para o estado-filho.

Nesse sentido fica evidente que quanto menor for o tamanho fundiário de um Estado, melhor para o gestor administrar suas dificuldades e buscar alternativas.

Contudo é importante saber quais as cidades importantes esse novo estado ficará, além de saber as riquezas que podem ser produzidas nelas, principalmente atrativos industriais, agrícola, turismo.

É certo afirmar que a divisão do Goiás foi vantajosa para ambos os estados, no caso o Tocantins. Pois o Tocantins ficou com cidades importantes, como Gurupi, Araguaina, Porto Nacional, Paraíso Norte, Guarai etc., mas praticaram um erro que deve ser evitado, o de construir uma Capital para o Estado. Os próprios políticos erraram e geraram dividas para o novo estado, que é um dos celeiros agrícolas do Brasil. Gurupi, Porto Nacional e Araguaina poderiam ser a capital do Estado, sem precisar construir Palmas no meio do nada…

É certo afirmar que a criação do Estado de Carajás será tanto quanto favorável como foi a criação do Tocantins, haja vista que a região possui uma das maiores reserva de minérios do mundo, destacando-se o minério de ferro, manganês, ouro, prata e alumínio, além de ter uma infraestrutura bem acima das expectativas. Esse seria um Estado vantajoso com certeza.

A criação do Estado do Tapajós também possui condições suficientes para se tornar um novo Estado, pois as minas de bauxita do Rio Norte e a Usina de Belo Monte tornariam o novo estado viável para o desenvolvimento da região.

Na verdade, o PIB desses dois estados se transformaria rapidamente maiores que o PIB do Estado do Pará sem a divisão. Esse é um problema que preocupa quem vive hoje em Belém, visto que sabem do potencial dessas regiões, mas querem que elas continuem servindo apenas de muleta para dar melhorias às cidades próximas de Belém.

É o que acontece hoje no Maranhão. Caso seja criado o Maranhão do Sul, com certeza seu desenvolvimento será bem maior que o Maranhão do Norte, pois cidades como Imperatriz, Açailândia, Porto Franco, Balsas, Estreito e Grajaú estão bem acima das expectativas das cidades da Baixada e da Região dos Cocais. O desenvolvimento já é espantoso, agora imagina virando um estado!!!

Quanto às desculpas do governador do Pará, Simão Jatene, antes teria prometido se manter neutro quanto à divisão do estado, era correta, mas não esqueça que ele é do PSDB, um partido paulista, que é contra qualquer divisão que possa fazer as Regiões Norte e Nordeste crescerem, além de saberem que essa divisão levará o Norte e Nordeste a dominar o Senado, levando, com isso, a Casa levar diversos investimentos para as regiões.

Os Estados das Regiões Sul e Sudeste dominam por completo a Câmara dos Deputados, onde possuem a maioria esmagadora de deputados, porém sabem que no Senado a divisão é praticamente igualitária, visto que cada estado só pode ter três senadores.

Com a criação dos estados do Tapajós e Carajás, o Norte e Nordeste ganhariam mais seis senadores, que fariam uma diferença tremenda, quando o assunto for a votação orçamentária.

Diante dos fatos, vejo muita vantagem muito grande na criação desses dois estados, porém não acredito em suas criações, visto que isso vai de encontro aos interesses políticos das Regiões Sul e Sudeste, que não querem perder o poderio do comando do Congresso Nacional.

  Publicado em: Governo