Primeiramente, a realidade que mais incomoda é a falta de conhecimento dos “sensíveis” e dos amestrados revoltos, que se apegam em fatores sem consistência para debater um assunto que vai além das fronteiras do Maranhão.
O Maranhão é o estado que tem a maior concentração rural no Brasil. Políticos, Fetaema e a maioria da população que vive na Zona Rural, lutam pela agricultura familiar e não aceitam que o agronegócio entre de fato no Estado, realidade que Balsas e outros municípios do Sul do Maranhão já se engajou e vem mostrando uma maior concentração nos grandes centros, ou seja, nas sedes das cidades, cujo resultado são bolsões de miséria e desemprego.
Verbas para dar condições à agricultura familiar são grandes, principalmente nos assentamentos. O INCRA é uma torneira aberta de dinheiro para que essas famílias tenham condições digna de vida, para isso basta buscar as verbas destinadas pelo órgão para estradas, plantações, escolas etc. É muito dinheiro.
Estado como grandes produtores de grãos, como Goiás, São Paulo, Mato do Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e os do Sul do país, o agronegócio tomou conta da Zona Rural, com isso a agricultura familiar praticamente não existe mais, levando o homem para os grandes centros, criando bolsões de pobreza e miséria, nos milhares de favelas nas grandes cidades.
Por outro lado, o modelo de divisão de renda no Brasil é concentrador, um bom exemplo disso é a cidade de São Paulo, de acordo com o IBGE, os paulistanos gastamR$ 4 bilhões em produtos de luxo, sendo que, para 0,24% da população tem rendimento familiar médio mensal acima de R$ 50 mil. As conseqüências dessa má distribuição é a geração de grandes bolsões de pobreza, que por sua vez, trazem consigo fome, miséria, desemprego, violência.
Em 1993, quando se iniciava a movimentação em torno da Campanha da Fome, o IPEA divulgou os números da indigência no Brasil, que ficaram conhecidos como o “Mapa da Fome”. Estes dados tiveram imenso impacto na revelação dos números da extrema pobreza existente no país. Somavam 32 milhões de brasileiros em condição de indigência e fome, algo superior à população total do Canadá ou da Argentina. A população total do Maranhão quando da pesquisa não passava de 4,5 milhões.
Considerou-se indigente a pessoa cuja renda familiar correspondesse, no máximo, ao valor da aquisição da cesta básica de alimentos que atendia aos requerimentos nutricionais recomendados pela FAO/OMS/ONU, para a família como um todo.
Os indigentes, proporcionalmente, em relação ao total da população, para regiões e unidades da federação, segundo a situação de domicílio (urbano e rural). Observa-se que, sem a desagregação dos resultados (para os segmentos metropolitano, urbano e rural), o Nordeste mostra o índice mais elevado, com 40% da população em estado de indigência. A ausência dos dados rurais, para a região Norte, certamente contribuiu para atenuar o resultado médio desta região. As demais regiões ficaram abaixo do patamar de 20%, influenciando para a média brasileira de 21%.
Entre as áreas metropolitanas consideradas, o Nordeste igualmente liderou os níveis de maior proporção de pobreza extrema, quando quase 20% de sua população metropolitana se encontrava em estado de indigência. Fortaleza, Recife e Salvador tiveram os maiores índices, não apenas do Nordeste, mas de todo o Brasil.
Mas, no Brasil, é significativamente maior, para a área rural, a proporção das populações abaixo da linha da pobreza. Os índices são muito altos em quase todas as unidades da federação. Mas o que causa espanto é que, fora do Nordeste, em estados considerados exemplares no nível de desenvolvimento e riqueza que alcançaram, como o Paraná, esta proporção chega índices altos. Tudo isto fortalece a convicção de que a superação da miséria e da fome, no Brasil, passa em grande medida por uma profunda transformação das relações sociais no campo.
Na totalização dos dados brutos do Mapa da Fome fica nítido o peso do setor rural no total dos 32 milhões de brasileiros em estado de indigência. Embora detendo apenas 23% da população brasileira, o campo comparece com mais de 50% da população abaixo da linha de pobreza.
No agregado urbano e rural, o Nordeste participa com 55% do total, enquanto a região Sudeste – com população bem mais numerosa que o Nordeste – representa 25% do total. As demais regiões somam 20%. Na distribuição da população em situação de indigência das grandes metrópoles, a região Sudeste, com 55% e o Nordeste, com 34% formam a grande maioria. As regiões Sul e Norte somam apenas 11%. Recorde-se que este resultado não surpreende, quando se considera que a região Sudeste concentra a maior parte da população das grandes metrópoles. Nas cidades menores é também no Nordeste e no Sudeste que se concentra a indigência, com 76%. Já na zona rural, o Nordeste tem o maior contingente, com larga margem sobre as outras regiões, mesmo com população rural inferior ao Sudeste e ao Sul. Estes, que praticam a agricultura mais modernizada no Brasil, têm juntado 34% do total de indigentes da zona rural do país.
O Mapa da Fome sofreu alguns questionamentos na época de sua divulgação. O principal referiu-se à inadequação da cesta básica adotada, para medir o poder aquisitivo das famílias brasileiras. Outra dúvida, também suscitada, foi sobre o critério de avaliar o nível de pobreza apenas pela capacidade aquisitiva. Argumentava-se que, para o campo, era necessário considerar a chamada produção de subsistência dos pequenos produtores. Estaria, assim, havendo uma superestimação da miséria na zona rural. Diante destes argumentos foi constituído grupo de trabalho, no âmbito do governo, responsável por discutir critérios consensuais, ou próximos disto, para um novo Mapa da Fome. Embora o GT já esteja trabalhando há certo tempo, até hoje não saíram novos resultados.
Sem dúvida, outro problema é que esta estimativa da indigência no Brasil está baseada em dados que já começam a ficar superados, em especial considerando os fatos ocorridos durante a década de noventa, como o Plano Collor, o Plano Real e, mais recentemente, o crescimento do desemprego. Mas, provavelmente ela não se alterou muito no que se refere à forma como se distribuem as populações mais carentes, a níveis regionais.
Esses dados comprovam o que disse nas matérias abaixo sobre a matéria da Globo. São dados oficiais e não no senso comum ou na politicalha.
Veja abaixo, com agem quando surgem polemicas como essas, simplesmente bloqueiam os resultados que comprovam os bolsões de miséria que assola o país.
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… para a região é a produção industrial, concentrada no estado de São Paulo. … existem no Sudeste os assim chamados “bolsões de miséria“: áreas como o norte … do Espírito Santo estão entre as mais pobres do país, com baixos índices de … A região é origem da maioria dos turistas internos do Brasil, porém também é …
Também seria providencial, que os maranhenses soubessem dos recursos federais, via INCRA, MEC, Saúde, que vão diretamente para esses assentamentos e façam suas reflexões.
Para mostrar as verdades e não as mentiras ditas pela Globo… São dados do próprio IBGE:
Veja como a Globo mente em suas reportagens: Os apresentadores disseram o Maranhão é o Estado com o maior número de miseráveis. Agora veja o verdadeiro ranking divulgado pelo IBGE. A Bahia é o estado brasileiro com a maior concentração de pessoas em situação de extrema pobreza. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2,4 milhões de baianos têm rendimento mensal individual inferior a R$ 70. Em todo o Brasil, são 16,27 milhões nesta situação. Os três estados com mais habitantes em extrema pobreza estão no Nordeste – o segundo é o Maranhão (1,7 milhão) e o terceiro é o Ceará (1,5 millhão). Os dados foram produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para subsidiar o programa Brasil sem Miséria, que será lançado pela presidente Dilma Rousseff.
Publicado em: Governo