Eis o vergonhoso refrão cantado pelos rincões do País. Impunidade. Pelo mundo afora. Impunidade.
Eis o refrão silencioso pronunciado pelos residentes da cidade de Maricá, vizinha de São Gonçalo, município onde foi assassinada a Juíza Acioli, com 21 tiros.
Maricá, terra onde o natural TIAGO RANGEL, ameaçado de morte, por ter denunciado o Prefeito, não pode viver com a família.
6 vereadores, nesse memorável 17 de Agosto de 2011, engavetaram um pedido de investigação por CPI. Engavetaram um clamor de mais de 11 mil assinaturas de populares de Maricá. O povo desejava saber mais detalhes sobre os fatos que estão acontecendo na Prefeitura.
Essas 11 mil assinaturas, fora os que não puderam assinar, queriam saber a razão de se criarem 96 Subsecretarias, número superior a Niterói e Nova Iguaçu, e proporcionalmente maior que Rio de Janeiro e São Paulo; Queriam entender a necessidade de tantas contratações milionárias de empresas e ver de perto esses contratos e como se deram as licitações, já que o jornal oficial (JOM) não sai, fica escondidinho, e quando aparece, está cheio de erros e omissões propositais; queriam entender por que se alugam 6 carros, por 1 mês, por 518 mil reais; queriam saber como foram investidos os 400 milhões arrecadados até hoje.
Essas 11 mil assinaturas vão continuar com a pulga atrás da orelha. Vão continuar achando, por exemplo, que os 10 bilhões do BNDES, para subsidiar a LUXOR, serviram foi pra pagar a extensa folha dos comissionados, alocando uns minguados para a obra de fachada; vão continuar achando que os 20 milhões de Royalties mensais são administrados por dois secretários postos pelo Zé Dirceu, conforme disse a Folha de São Paulo; vão ficar pensando que esses dois secretários possuem consultoria$ e estão preparando o mercado imobiliário e financeiro de Maricá para emplacarem suas firmas. Vão continuar pensando que as licitações são dirigidas e que a secretária que as assina já tentou direcionar em outra prefeitura, em favor de uma empresa amiga.
Ou seja, não foi bom negócio engavetar a CPI. As pulgas só vão proliferar e vão se tornar uma epidemia em Maricá. Senhores vereadores, preparem-se para se coçar…
IMPUNIDADE. É isso. Uma coceira que começa leve, depois persiste um pouco, se instala, torna-se crônica, o corpo pede um remédio que ataque a raiz do problema, mas o farmacêutico indica apenas uma pomadinha.
Quando se agrava a IMPUNIDADE, o corpo, de tanto coçar, está em carne viva, sangrando…
É assim que está MARICÁ. Sangrando de vergonha. Vergonha de assistir a um filho da terra, em tenra idade, já metido com coisa que não se pode ver.
Sim, os vereadores e o prefeito dizem: EI, VAMOS ESQUECER TUDO, FALOU? NÓS QUEREMOS “PROGRESSO”.
O povo de Maricá também quer progresso. Mas, não vamos esquecer nada! Um povo sem memória é um povo escravo – o prefeito, sendo professor, há de referendar isso.
O número de pulgas vai aumentar na orelha do povo, enquanto houver IMPUNIDADE.
Publicado em: Governo