O antagonismo do crescimento econômico com a miséria

Publicado em   20/jun/2011
por  Caio Hostilio

Imagem Ilustrativa

Muitos relacionam o crescimento econômico com o controle do IDH. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O crescimento econômico está relacionado aos atrativos oferecidos para atrair investimentos e, assim, fazer com que um estado cresça, imobiliariamente, automobilisticamente, comercialmente, no agronegócio etc.

Por outro lado, o IDH está relacionada a renda per capita dos cidadãos e, principalmente, políticas públicas que possam modificar o quadro de miséria, ou seja, uma melhor divisão da renda. O maior empercilio está pautado exatamente no neoliberalismo que a cada dia vem tomando conta do mundo, cujo resultado é o aumento de miseráveis em todos os países, cujo pilar é trabalhar apenas com 1/3 da população.

Diante do último estudo, o Maranhão, entre 2004 e 2009, o índice de pobreza extrema teve uma redução de 47%, mas a proporção da população maranhense abaixo da linha da miséria (renda de R$ 70 por pessoa) ainda é muito superior à média nacional.

Não poderia deixar de concordar com o jornalista Marco D’eça quando diz que o resultado da diminuição da pobreza extrema está ligado diretamente aos investimentos do Governo Federal em programas sociais do tipo Bolsa-Família e aos investimentos privados – que não têm, necessariamente, relação com os governos do Maranhão .

É discutível que o Maranhão nesses últimos anos teve um avanço economico muito grande, que supera o crescimento até de estados das regiões Sudestes e Centro-Oeste. Com isso, não parâmetros de verifação completamente atagônicas. É impossível mensurar o crescimento econômico com a miséria instalada.

A consideração conjunta dos aspectos qualitativos e do significado quantitativo da diversidade e da desigualdade envolve obviamente componentes antagônicos, mas apresenta também interfaces entre ambas as dimensões, sobretudo quando se trata de carências absolutas. Por exemplo, as proposições que de algum modo sugerem a referida convergência dos que “têm menos” com os que “têm mais” são alvo da conhecida crítica da subordinação dos objetivos do desenvolvimento aos valores predominantes.

O neoliberalistas não estão preocupados com essa crítica sobre o risco bastante grande de tomar a eqüidade social como sinônimo da generalização de um certo padrão de consumo ou estilo de vida a todos cidadãos.

Contudo, rejeitar a perspectiva da homogeneização não implica desconhecer que a criação de espaços desiguais e a permanente geração de pobreza têm determinantes principalmente gerais no sentido de que são comuns – como aqueles que derivam da natureza desigual do desenvolvimento capitalista – e que estes fenômenos são uma expressão de injustiça social.

Mais do que isto, é possível e necessário mensurar a desigualdade e a pobreza (absoluta e relativa) geradas por este desenvolvimento, valendo-se quase sempre de indicadores comuns (renda, escolaridade, estado nutricional etc.), sem com isto associar-se a algum conjunto de valores único e específico.

Pode-se extrair duas implicações das observações anteriores para os fins deste ensaio. A primeira delas é a ratificação do entrelaçamento dos temas econômico e cultural, sobretudo nas análises de estratégias de desenvolvimento, como insistido anteriormente.

A segunda implicação é a necessidade de combinar os enfoques recentes “de baixo para cima” em que ganha destaque a diferente condição dos indivíduos, perspectiva presente entre outros no conceito de desenvolvimento humano, com a antiga e boa noção de desenvolvimento social para a qual, olhando “de cima para baixo”, a condição dos indivíduos (ou grupo de indivíduos) e suas trajetórias possíveis são também determinadas por seu “pertencimento” a determinado segmento ou classe social, por sua vez, fonte de desigualdades. Vale dizer, o enfoque de desenvolvimento humano que ganhou proeminência na última década, ainda que valioso, não é plenamente intercambiável ou não substitui o de desenvolvimento social.

Portanto, observa-se que o neoliberalismo vem a cada mais afastando as necessidades básicas de todos os seres humanos. Com isso, a burguesia fica mais rica ainda e o proletáriado mais pobre.

  Publicado em: Governo

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