Não sei sinceramente do que um secretário de estado ou municipal se preocupa em ser convocado pelos milhares de legislativos por esse país afora. Quem freqüenta qualquer legislativo no Brasil, com exceção de uma parte da Câmara dos Deputados e do Senado, vai observar o quanto os assuntos são debatidos dentro do senso comum, sem consistência científica alguma, além do uso da politicalha para tentar convencer. Coisa típica dos hipócritas!!!

Aqui no Maranhão, mais precisamente na Assembléia Legislativa, fico estarrecido com o despreparo da maioria dos novos-velhos-políticos, pela falta de conhecimento de como funciona os serviços públicos, seus ditames, o que é de fato ilícito ou licito, principalmente na educação, saúde, segurança pública, licitação e tantas outras coisas que às vezes dói nos ouvidos. 

Essas dificuldades também são vistas na maioria esmagadora dos cidadãos brasileiros, que não gostam de ler e saber dos seus diretos e deveres. Caso nós, cidadãos, conhecêssemos como de fato funcionam as gestões públicas e como se deve fiscalizá-las, com certeza exigiria planos dos candidatos para ver se estão coerentes com nossas necessidades e também nossos desejos.

Para se ter uma idéia da falta de conhecimento dos nossos representantes, principalmente os de oposição, que usam do senso comum para falar em educação, bastaria um conhecedor pedir um aparte e perguntar: V. Exª quer falar da educação quantitativa ou da qualitativa, caso queira falar da quantitativa, o senhor poderia me informar o tipo de avaliação hoje adotada no Brasil? Agora, se V. Exª quer falar da educação qualitativa, o senhor poderia me relatar qual é a linha pedagógica adotada nas escolas públicas brasileiras e, principalmente, qual foi a adotada no governo de José Reinaldo e no de Jackson Lago? Além do avanço que essas metodologias empregadas surtiram para a melhoria e o avanço do ensino/aprendizagem?

Para se ter uma idéia da falta de conhecimento com a coisa pública e o despreparo com os ditames das leis que regulamentam os serviços públicos, já ouvi deputado dizer que o governo já deveria ter recuperado o Ginásio Costa Rodrigues. Quanta ignorância!!! Um dos principais princípios da ilicitude está pautado exatamente na destinação em duplicidade de verbas públicas para o mesmo objetivo. Então, os R$ 5 milhões que já foram orçados e pagos no governo anterior sem que a obra tenha sido feita é um caso de improbidade administrativa. O responsável deveria está na cadeia. Por outro lado, se o governo Roseana orçar a recuperação daquele Ginásio, ela estará ocorrendo no uso da imoralidade, da improbidade, dentro do uso indevido do dinheiro público e no prejuízo ao patrimônio público, pois não se pode pagar duas vezes pelo mesmo objetivo. Sobre o Aldenora Belo… Prefiro não comentar!!!

Na saúde é que coisa piora por completo!!! Olha que ali tem vários médicos… Mas a discussão é sempre pautada no senso comum, na hipocrisia, na politicalha e na falta de critérios lógicos. Simplesmente, ridículo!!!

Não se ver e ouve um debate dentro das essências dos assuntos em questão. Não se houve uma proposta técnica e coerente, para melhorar a vida e o bem-estar dos cidadãos maranhenses. Que fossem ao menos propostas integradas e viabilizadas por meio de políticas públicas factíveis e participativas. Quanta pobreza!!!

Na verdade, os legislativos brasileiros se resumiram apenas em locais de debates politiqueiros. Com isso, quando será que veremos nossos representantes defenderem uma ou mais temática pública nos seus discursos? Todas as temáticas públicas devem ser contempladas quando se pensa em desenvolvimento integrado brasileiro, estadual e local, por exemplo: agricultura, ciência e tecnologia, comércio, cultura, educação, esporte, habitação, indústria, lazer, meio ambiente, saúde, segurança, serviços, setor social, transporte, turismo etc. Nesse caso, o somatório de propostas individuais culminaria no que de fato os eleitores esperam de seus representantes.

Quando veremos os questionamentos críticos dentro dos parâmetros científicos? Pois os eleitores esperam atitudes relevantes e com responsabilidade e não dentro da politicalha.  

Sei que tem parlamentares conhecedores em sua essência nas mais diversas áreas debatidas dentro do senso comum pela oposição. Na educação tem o deputado César Pires, na segurança tem o deputado Raimundo Cutrim, na saúde tem os deputados Dr. Pádua, Antonio Pereira, Stenio Resende, Vianey Bringel, porém não entram na discussão. Isso, na verdade, é falta de entendimento e sintonia da base governista. Enquanto isso… A oposição vai deitando e rolando com seus argumentos dentro do senso comum.

As tarefas complexas são árduas, mas só assim poderíamos escutar uma resposta científica, não deixando, com isso, que o senso comum se sobressaia. Caso o governo não arrume sua base e a oposição discuta os assuntos sem hipocrisia e politicalhas, continuaremos vendo um legislativo despreparado, com seus membros novos-velhos-políticos, discutindo as necessidades do povo dentro do senso comum.

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