O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma diferenciação na taxação de carnes durante uma entrevista à Rádio Sociedade em Salvador nesta terça-feira (2). Ele sugeriu que carnes de cortes nobres poderiam ter um “impostozinho”, enquanto as carnes mais consumidas pela população deveriam ser isentas de impostos.
“Eu acho que temos que fazer uma diferenciação. Você tem carne chique, de qualidade, que o cara que consome pode pagar um impostozinho. E você tem a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto. Faz parte do dia a dia do brasileiro. Então, uma carne, um músculo, um coxão mole, um acém, sabe, tudo isso pode ser evitado”, explicou o presidente.
Lula também defendeu a inclusão das carnes na cesta básica. “Eu acho que a gente precisa colocar a carne na cesta básica, sim. Você pode selecionar a carne, escolher a carne”, afirmou.
O presidente revelou que já discutiu essa questão com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o Tesouro Nacional. Ele sugeriu que a mudança na taxação poderia ser realizada durante a regulamentação da reforma tributária atualmente em discussão no Congresso Nacional.
“A gente precisa colocar a carne na cesta básica, sim, sem que haja imposto. Uma coisa importada, chique, tem que pagar imposto”, ressaltou Lula. “É possível fazer isso? Eu não sei. Temos 513 deputados, mais 81 senadores, e tem a proposta do governo. Ela não é irrevogável, ela pode mudar”, ponderou o presidente.
Por sua vez, Fernando Haddad afirmou que a discussão está em andamento com os parlamentares. “Nós já enviamos nosso Projeto de Lei para o Congresso com a cesta básica definida pelo Executivo, com a participação do presidente [Lula]. Os debates estão ocorrendo e amanhã [quarta-feira] apresentaremos o relatório dos dois grupos para apreciação do plenário das Casas”, explicou o ministro da Fazenda.
Por Gazeta do Brasil
Publicado em: Política