Como posso culpar alguém hoje em dia pelo que vemos nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tanto a nível federal, estadual e municipal? Os vícios que vemos são reflexos deixados por nossos antepassados de longas datas.
Lembro-me bem, quando ainda criança, nos anos de 1963/1964, em conversas entre adultos, a seguinte frase: “Você tem que garantir o seu futuro. Faça um concurso público e garanta sua aposentadoria tranqüila. Não precisa nem trabalhar muito”. Em outras conversas: “Por que tu não tentas fazer a prova das Agulhas Negras ou a ESA?”. “O Banco do Brasil, CEF e o BNH abriram concurso!!!”…
Mordomias, auxílio paletó, aposentadoria proporcional, qüinqüênio, transporte para todos os funcionários públicos etc. são vícios antigos isso antes da Ditadura Militar, com a Ditadura Militar e depois da Ditadura Militar.
Segundo estudos, o 14º e 15º salários do Senado têm quase cem anos, se não me falha a memória…
E Pensam que na iniciativa privada a coisa é tão diferente assim? Ledo engano!!! Todos querem se tornar sindicalistas ou fizer parte da CIPA, pois assim estão com seus empregos garantidos!!!
O certo é que o serviço público é uma falácia por esses vícios… Tanto faz ser de cima pra baixo ou de baixo pra cima… Todos condicionam de imediato a tal da “estabilidade”, com isso vem o péssimo serviço prestado e a facilidade para as falcatruas!!!
As leis que regulamentam o serviço público são de fachada, haja vista que não controlam e nem tampouco tão autenticidade aos serviços prestados.
Foi com esse sentimento que Aluisio Campos da Paz, que viveu por muitos anos na Inglaterra, viu que não poderia transformar a Rede de Hospital Sarah em excelência sendo regido pelas leis que regulamentavam o serviço público.
Éramos todos servidores públicos estatutários da Fundação das Pioneiras Sociais e tínhamos que seguir a Lei das licitações em vigor, coisa que só atrapalhava as pesquisas e não dava transparência e nem tampouco credibilidade nas compras.
Como administrar um Centro de Pesquisa e uma Rede de Hospitais, com servidores viciados com os direitos da estabilidade e com uma lei de compras que mais atrapalha que contribui?
Foi com esses argumentos bem pautados que surgiu a Associação das Pioneiras Sociais, cujos funcionários que quiseram continuar nela tiveram que pedir exoneração do serviço público e, assim, perder a tal famigerada “estabilidade”. Eu perdi e não me arrependo. Já poderia está aposentado pelo Ministério da Saúde, visto que os que não optaram em ficar na Associação das Pioneiras Sociais foram todos transferidos automaticamente para o MS.
Portanto, não posso culpar os atuais senadores, deputados, servidores públicos e até sindicalistas, visto que essa prática já vem de muito, mas muito longe…
Será necessário rever os valores e fazer muitas mudanças… Talvez não esteja mais vivo para ver, haja vista que levarão muitos anos para essa metamorfose!!!
Publicado em: Governo
hostiliocaio@hotmail.com
Vai cumprir tua pena, rapaz !
Tá bom!!!
Professor, fico imaginando como seria a gestão pública, caso não houvesse todos esses dispositivos que, de certa forma obrigam os gestores a cumprirem com o que determina a Carta Magna.
Planejamento das ações e profissionalismo daqueles que são colocados à frente da gestão pública é algo que nunca fez parte das decisões dos poderosos mandatários… Não acredito que sejam os mecanismos de controle a causa para tantos descalabros e descasos com os serviços oferecidos aos cidadãos, que como todos nós sabemos são de péssima qualidade, para não dizer outra coisa. As coisa mudaram, as leis estão aí para serem cumpridas por todos, e o que falta são homens imbuídos de espírito público, comprometidos com as causas da sociedade, zelosos com os interesses coletivos e acima de tudo honestos. A nossa incipiente democracia ainda é uma “democracia para poucos” onde as instituições estão carcomidas pela corrupção que impregna a alma dos homens e mulheres que estão à frente dos poderes da república. A honestidade é algo que deixou, há muito de fazer parte dos requisitos exigidos para aqueles que estão à frente dos poderes e tomam decisão em nosso meio.
Aquele célebre frase, que disse Augusto César diz muito sobre tudo isso que estamos vivendo: “a mulher de césar não basta ser honesta, ela tem que parecer honeste”. Como o preparo, o mérito e a honestidade não é observada por aqueles que tomam decisões, ficam os incautos com a firme sensação de que o problema são as leis que exigem de todo homem público o cumprimento dos princípios que regem a gestão da coisa púbica, previstos no Art. 37 da Constituição Federal, que são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Renato Russo estava certo quando fez aquela música, “que país é esse?” cuja letra diz algo assim: “…ninguém respeita a constituição, mais todos acreditam no futuro da nação…”.
Pois é… Praça do Buriti… Todos sonhavam em fazer um concurso público e ter a tão sonhada “estabilidade”… Foi que a tal estabilidade que veio o péssimo serviço prestado… O antigo DASP começou a criar vantagens e mais vantagens para todos… Ninguém precisava se esforçar para progressão, ela era automática, tinham os quinquenios, transportes que iam buscar na porta de casa e deixar na porta dos Ministérios… O antigo Decreto 200 que depois foi substituido pela Lei 8666, meu amigo era uma farra total, a nova lei apenas tirou o baton da moça com o pregão eletronico depois. Os atendimentos no INSS é o maior reflexo de tudo que estou dizendo. O jeitinho tomou conta do Brasil. Na iniciativa privada não é diferente… Quanto roubaram na construção de Brasília… Antonio Venancio da Silva, Os irmãos Farias e outros, que desviavam muito… Taí o Cachoeira… A corrupção é endêmica no Brasil… Todos querem tirar vantagem… furar fila, se fazer de gravida ou de idoso, receber um troco a mais e não devolver… tudo isso é corrupção. Constituição? Você deve está de brincadeira!!! O certo é que Renato fez essa letra exatamente por tudo isso que estou lhe falando… Que país é esse? Ou seja não é a terra, mas sim o seu povo é que é hipocrita!!!
[…] Instituições e alguns órgãos da imprensa responderam. Isso vem mostrar o quanto o meu texto “Reflexão: Não posso culpar os deputados atuais pelos 18 salários, os servidores públicos pelos p…”, mostram as verdades de um país que ainda vive das aparências e da falsidade. This entry […]