Recebi a informação de que no próximo dia 23 de maio haverá um debate entre os candidatos que concorrem à reitoria da Universidade Federal do Maranhão.

Os candidatos  Claudia Alves Durans, Natalino Salgado e Sirliane Paiva estão convidados a apresentarem e discutirem com a comunidade universitária suas propostas de gestão para a UFMA. 

O debate, que terá como mediador, o professor João Batista Ericeira, tem início marcado para às 16h, no Auditório Ribamar Carvalho – Área de Vivência Campus do Bacanga.

Espero que as regras não atrapalhem de fato o sentido do que é de fato uma Universidade e, principalmente, de sua participação na vida cotidiana da população. Ser discutido em sua essência o artigo 207 da Constituição Brasileira, principalmente sobre a autonomia das universidades e a indissociabilidade em ensino, pesquisa e extensão.

Que os participantes tenham a coragem de perguntar aos candidatos o porquê da autonomia da UFMA se restringir a uma Fundação, que angaria dinheiro que não são disponibilizados para a pesquisa e a extensão, quando poderia está sendo estendida nas mais diversas áreas, como na saúde, cujo hospital Dutra, que é de alta complexidade, já deveria ter conveniado com o governo do Municipal de São Luís ou do Estado. O certo é que este hospital atende em sua maioria esmagadora a baixa e a média complexidade, coisa que os alunos de medicina, enfermagem, odontologia etc. poderiam está recebendo uma bolsa, via extensão, para atender essas baixas e médias complexidades, nos postos de saúde, que não tem médico. Com certeza a UFMA estaria praticando a pesquisa, a extensão e realmente a autonomia.

Não adianta uma Universidade bonita em sua infraestrutura e ordinária em seus princípios de existência. Os currículos dos cursos da UFMA estão todos defasados, além de ter um ensino mal articulado para que exista o aprendizado, principalmente porque a maioria dos professores não possui didática para transmitir seus conhecimentos. O resultado está bem aí… Basta ver as barbeiragens. Isso é falta de um ensino/aprendizagem de fato, a falta da pesquisa e, principalmente a inexistência de extensão.

O reitor atual, que é médico e disputa sua reeleição, Dr. Natalino Salgado, tem muito a explicar não a comunidade universitária, mas a sua própria consciência de médico. O que ele teria a dizer sobre um convênio com a Associação do Banco do Brasil, que repassa R$ 60 mil por mês, para que a UFMA mantenha em funcionamento de um Posto médico na Área do Itaqui/Bacanga e ele destina 50% do valor repassado ao gabinete da reitoria? Esse é o sentido de extensão, que tem como princípio a comunidade?

Como o reitor Natalino Salgado explicaria a publicação de seu encarte de campanha feito em papel caríssimo, contendo 40 páginas, que mostram melhorias em infraestrutura e quando buscamos informações sobre o que interessa de fato: autonomia e a indissociabilidade em ensino, pesquisa e extensão vemos dados pobres!!!

Não conheço os outros concorrentes e nem tampouco suas visões sobre o que é de fato o sentido real de Universidade. Espero que o debate seja dentro dessas perspectivas, pois a UFMA está longe de atingir esses princípios.  

Sabe-se que a disputa pela reitoria da UFMA é marcada por interesses políticos diversos, mas nunca dentro da essência universitária. A comunidade acadêmica deveria cobrar aquilo que é essencial para suas formações profissionais e não política/partidária. É por isso que o ensino superior no Brasil coloca cada vez mais profissionais despreparados no mercado de trabalho.

E por que desvirtuar para o campo político/partidário? Porque, se utilizando discurso falso democrático, os concorrentes contribuem e produzem a desinformação, tentando manter cada eleitor desse processo na ignorância, introduzindo (des)informações que fragmentam o debate que verdadeiramente interessa. Então, que debatam o que verdadeiramente interessa!!!

Por outro lado, é corrente em algumas universidades brasileiras de que os professores fingem que ensinam, os alunos simulam a aprendizagem e os resultados falseiam a realidade. É primordial esclarecer que o corpo discente precisa ir além dos conhecimentos previstos no currículo oficial através de cada disciplina, visto que o ano de chumbo da ditadura silenciou consciência crítica.

Seria providencial, também, que o reitor da UEMA, José Augusto, mostre resultados em ensino, pesquisa e extensão, além de saber usar a autonomia em sua essência. A UEMA tem cursos que prestariam um grande serviço à comunidade maranhense se colocasse em prática a extensão, principalmente nas áreas das ciências sociais e humanas, áreas carentes no Maranhão, principalmente na própria educação.

Que José Augusto, também, esclareça os gastos desnecessários com impressão de informativos, que não traz nada do que já foi informado pelos meios de comunicação.

  Publicado em: Governo