Agora, vejo o porquê dos próprios positivistas temerem o neoliberalismo!!! Antes pensava que usa influência seria apenas na área econômica com algumas seqüelas no social… Ledo engano!!! O neoliberalismo atingiu em cheio a política, transformando-a numa regressão pragmática sem precedentes.
O que chamamos “estado de bem-estar”, os mercados já não toleram e querem demolir. Esta é a missão estratégica dos tecnocratas que chegam ao centro do governo graças a uma nova forma de tomada de poder: o golpe de Estado financeiro. Não existe a luta pelos direitos dos cidadãos. Eles são apenas massa de manobra nas mãos dos grupos que disputam o poder.
É pouco provável que os tecnocratas desta “era pós-política” consigam resolver qualquer crise de cunho de desemprego, fome, falta de habitação, reforma agrária etc., haja vista que o neoliberalismo trabalha com 1/3 da população e aquele que não estiver enquadrado nesse percentual simplesmente fica fazendo parte de estatísticas que não valem nada para o grandes investidores. Por exemplo: O Brasil continua super miserável e com grande índice de criminalidade, mas economicamente ultrapassou até a Inglaterra e já é a 6ª economia mundial.
Sabe qual será a tendência pós-neoliberalismo? Tudo leva a crer que os cidadãos se rebelarão e os níveis de violência e protestos se tornarão incontroláveis, com isso suponho, seguindo os ensaios de Gramsci, sugira uma tríplice aliança entre o poder econômico, o mediático e o militar, convertendo-se em uma democracia autoritária.
Essa é uma questão simples? Não sei, pois não tenho uma bola de cristão e também não tenho conhecimento suficiente para afirmar tal suposição. Contudo, os políticos possam responder com clareza o sentido desse conceito, afinal de contas, são os legítimos representantes dessa arte.
Seguindo a lógica que sustenta essa concepção, tomemos algumas problemáticas para pensar melhor esse ardiloso tema. Se política realmente for o que se apresenta em nossos dias, o que dizer do voto, ou seja, qual a importância da participação social e dos elementos que compõem suas manifestações? Ora, ao reduzir o corpo político a administração de cidades, Estados e Países, o voto que julgamos ser um componente indispensável para a vida política, se torna desnecessário e ainda, inútil. Poderíamos ao invés de votar, contratar um grupo de administradores ou quem sabe terceirizar esses serviços para um grupo de estrangeiros, e ainda, selecionar pessoas para esses afazeres por meio de um concurso público. Por que não fazer? Essas alternativas me parecem tão plausíveis e até melhores do que o voto. Assim, evitaríamos o desperdício de dinheiro público com campanhas eleitorais e não perderíamos o domingo (tempo sagrado para a TV) tendo que ir votar. Estaríamos colocando pessoas eficazes e capazes de administrar o bem público que no mínimo manteriam as coisas como estão, pois “pior do que tá não fica”.
Durante os vinte primeiros anos da minha vida, cresci num mundo onde o destino das crianças parecia ser naturalmente mais feliz do que o dos seus pais; no decurso dos trinta anos que se lhes sucederam, assisti à morte da promessa de um mundo melhor. No tempo de uma só geração, a quase certeza do progresso esbateu-se pouco a pouco perante a evidência de uma regressão social, ecológica, moral e política, uma “Grande Regressão” que já é tempo de designar e representar para que possamos combatê-la.
Tudo isto veio a constituir a base de uma ideologia que muitas vezes foi etiquetada de “neoliberal” a fim de a distinguir do liberalismo clássico. Tanto a configuração adotada por estas políticas, como as alianças que se constituíram para as executar, são mais do que suficientes para as qualificar de “iliberais” ou como “antiliberais”, conforme se preferir. Ateus neofascistas, fundamentalistas religiosos, ultra-conservadores, “velhos reacionários” e “novos reacionários” de todas as obediências vieram reencontrar-se, sem dificuldades excessivas, ao lado dos chamados “neoliberais” para apoiar as políticas que combinavam o recuo dos direitos sociais, atentados às liberdades públicas, redução das despesas sociais, inflação da políticas securitárias, islamofobia e “apartheid” comunitário.
Assim se montaram os carris e o respectivo atrelado, capaz de nos voltar a seguir na boa direção. Uma espécie de condensado de ultra-liberdade para o capital e de ultra-submissão para os espíritos
Todos os políticos, jornalistas, patrões e outros gurus reacionários que nos enviaram contra o muro prometendo-nos a mundialização feliz, conservam hoje todas as oportunidades de domínio sobre a fábrica da opinião e das políticas públicas. Os neo-conservadores não parece estarem minimamente abalados, ou nem sequer ameaçados, pela falência total da suas políticas.
Enquanto a política regride, o neoliberalismo avança cada vez mais!!!
Publicado em: Governo
[…] que vocês irão ler abaixo é o reflexo do neoliberalismo que destaquei num texto bem abaixo: “O neoliberalismo e a regressão política…”, onde em um parágrafo digo: “É pouco provável que os tecnocratas desta “era […]