A Vale e suas histórias mal contadas…

Publicado em   01/jan/2012
por  Caio Hostilio

Não gostaria de tocar nesse assunto, pois não suporto hipocrisias e, principalmente, um bando de famigerados ficarem subestimando a inteligência alheia.

Está na hora de o Governo do Estado, com auxílio da Marinha Brasília, mandar rebocar esse navio para águas profundas – acima de 2.500 metros de profundidade e afundá-lo – ou encalhá-lo numa profundidade onde ele possa ser descarregado e depois desmontado pela seguradora.

O que não pode é esse gigante ficar em um dos piscinões existentes na Baia de São Marco esperando especialista que sabem das dificuldades para tentar salvar essa gigantesca embarcação num mar revolto, como é o do Maranhão.

Muitos devem está achando que a história desse navio coreano e o mesmo que aconteceu com a fabricação do Tatinic. Nunca!!! O Titanic foi construído em 1910/1912, cuja chapas de aço eram de péssima qualidade é impróprias para águas geladas. O gigante de 271 metros de comprimento e dez andares foi ao fundo com um rombo em seu casco de 90 metros.

O navio Vale Beijing não tem nada a ver com a versão do Titanic, mesmo tendo a capacidade para transportar 400 mil toneladas de minério, tendo 292 metros de comprimento, 45 metros de largura e 23 metros de calado.

Agora vamos ao que interessa de fato. Esse navio mostrou ser bem resistente, para desespero dos sabotadores, incluindo aí a Vale, a grande interessa nesse contrato milionário da China, que é o país que mais compra da Vale, da seguradora e de espiões da própria STX Pan Ocean.

O indício de sabodagem diferença 4mt.

Na verdade, queriam que o navio partisse ao meio no Porto, porém não conseguiram pela resistência da embarcação. O que levou a abrir aquela rachadura no casco do Beijing foi a forma propositada de armazenamento feito.

Qualquer especialista em logística e armazenagem – nesse caso o “armador, o comandante da embarcação” – sabem que o carregamento daquele navio tem que ser gradativo, ou seja, intercalando quantidades iguais ao mesmo tempo nos três principais compartimentos (trás, meio, frente). Com certeza carregaram a parte de trás do navio, para forçar sua rachadura definitiva, coisa que não aconteceu.

ATX Pan Ocean tem o seu nome a selar e por isso não quer encalhar seu navio para descarregar totalmente e desmontar, pois dessa forma mostrará a Vale que não tem condiz de manter o contrato… Tudo que a Vale quer, para que no outro dia assine com o estaleiro Chinês a fabricação desses gigantescos navios.

Enquanto isso, nós ficamos assistindo – feito babacas – essa guerra industrial, que a Vale criou, podendo a Baia de São Marcos ficar mais poluída ainda, como se não bastasse ás águas imundas trazidas nesses navios e despejadas aqui…

Espero que o Governo dê um ultimato a Vale e a ATX… Dando dois dias: ou encalha em águas rasas para descarregar tudo e desmontar o gigante num tempo pré-determinado ou reboquem esse gigante para águas profundas, acima de 2.500 metros, fora da rota marítima, e dêem cabo dele.

  Publicado em: Governo

3 comentários para A Vale e suas histórias mal contadas…

  1. Antonio Lima disse:

    Professor, qualquer pessoa minimamente esclarecida sabe que a Vale do Rio Amargo, digo Vale não tem nenhum interesse em resolver esse imbróglio, que mais um vez se repete sem que as autoridades tomem providências.
    Lembra daquele outro navio, que nas mesmas circunstâncias foi irresponsavelmente largado dentro do Canal na Baia de São Marcos? Dizem que naquele “acidente” só quem ficou no prejuízo foi o Estado, que ficou com aquela área comprometida para a navegação, quanto ao “sinistro” o seguro pagou tudo aos espertalhões, que não se sabe com qual interesse querem fazer da nossa Baia um “cemitério de navios”, fato amplamente denunciado e que só as nossas autoridades fazem vistas grossas e agem como se nada de terrível e assustador estivesse acontecendo.
    Quando aquelas toneladas de óleo pesado vazarem e poluir as nossa praias e destruir toda a flora e a fauna das nossas reentrâncias é que vai aparecer gente de tudo enquanto é setor do governo dizendo que de tudo foi feito para a tragédia anunciado não acontecesse.
    Sinceramente torço para que uma tragédia como a que se anuncia não aconteça, mais pelo que se assiste de quem já deveria ter resolvido tal situação e a indiferença das autoridades em tomarem medidas enérgicas para coibir esses abusos, não resta outra alternativa a não ser se preparar para o pior.
    Anotem e tomem as providências que o caso requer, e depois não digam que tudo foi um acidente.
    Lamentável!

    • Caio Hostilio disse:

      Antonio, alí é o jogo mais sujo do mercado internacional, não estão preocupado com aquele navio nem com o meio ambiente. A preocupação é o contrato de bilhões e bilhões, que a Vale assinou com uma empresa coreana, quando a China não aceita, pois é o país que mais compra da Vale e quer que os navios sejam fabricados lá e não Coreia do Sul. Precionada, a Vale para romper um contrato desse porte somente com um sinistro de alta repercussão… Não aconteceu como queriam, pois o proposito era partir o navio ao meio no porto. Só não partiu porque é de boa qualidade… O erro foi totalmente de armazenagem, tal como explico na matéria. Agora, a empresa Coreana não quer perder o contrato, por isso tenta de todas as formas manter o navio flutuando em um dos piscinões da Baia de São Marcos… O governo tem que exigir urgentemente que a Vale, a China e a Coreia revolvam suas diferenças… encalhando esse navio em aguas rasas para que seja tudo descarregado e depois desmontado o navio ou rebocá-lo para água profundas 2.500 metro no mínimo e as três partes discutam o que vão fazer…

  2. […] esse blog disse em 2012 na matéria “A Vale e suas histórias mal contadas…” publicada no dia 01 de janeiro de 2012… Isso já virou […]

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